“Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria” (Salmo 90:12)
Numa segunda-feira como outra qualquer, resolvo agradar a “gregos e troianos” lá em casa. O pedido era um só: strogonoff de carne. Como boa “dona de casa”, aceito o desafio e, após algumas horas realizando a lição de casa com meu filho, assumo o posto central junto ao fogão de minha casa. De repente, um menininho lindo entra em minha cozinha e pergunta: “Mamãe, posso te ajudar?”. Ou melhor: “Mamãe, posso aprender com você?”.
Ah, que alegria ter a companhia de um filho na rotina diária da vida! Maior alegria ainda é perceber que esse filho deseja aprender algo novo com você. Ouvi sussurros de Deus em meus ouvidos: “Se você quiser, também posso te mostrar algo novo a cada amanhecer! As coisas mais importantes da vida você já tem. As coisas mais belas da vida nós as vemos todos os dias. Na verdade, o que precisamos verdadeiramente é aprender a desfrutá-las com sabedoria”.
Segui firme com o “nosso” strogonoff, admirando a empolgação de meu filho ao cozinhar junto comigo. Algo tão normal para mim e, para ele, uma aventura! Para meu filho, o cozinhar virou uma brincadeira, um experimento, algo novo e incrível de se fazer. E assim ele me ajudou a cozinhar de uma forma diferente. Fez-me perceber que posso fazer o mesmo de sempre, mas sempre de um jeito novo.
À medida que íamos colocando os ingredientes, ele queria provar cada um. Percebi que, com o tempo e com o hábito, eu havia deixado de experimentá-los, pois julgava já conhecer os sabores e as texturas de tudo aquilo. Mas ver meu filho se deliciando com cada prova culinária me fez querer provar de novo o que julgava já conhecer.
Por fim, estar com meu filho na cozinha me fez desejar ter o que já tenho. Fez-me alegrar com aquilo que é simples. Fez-me ser grata pelo ordinário da vida. Fez-me ver que já tenho tudo aquilo de que preciso.
Segundo o musicista e pastor Ademar de Campos: “Tenho amigos, família, muitos irmãos…”. Completo dizendo que tenho minha cozinha, tenho o que cozinhar, tenho um ajudante incrível, tenho um novo olhar sobre aquilo a que sempre estive habituada, tenho, enfim, Deus presente no ordinário da vida. E isso é suficiente!
Ainda com cheirinho de strogonoff nas narinas e com muita gratidão e alegria no coração,
Pastora Laura Valentin