Deus Mãe

Mãe e Filho”, por Abraham Rattner

Há uma cor­ren­te teo­ló­gi­ca que defen­de e explo­ra enfa­ti­ca­men­te o cará­ter mater­no de Deus. Como sabe­mos, a cul­tu­ra e a reli­gião judai­co-semi­tas são patri­ar­cais e, por isso, boa par­te do enre­do bíbli­co é fei­to sob a óti­ca mas­cu­li­na. Em geral, os homens é que são os líde­res, os liber­ta­do­res, os guer­rei­ros, os reis. O pró­prio Deus, ao tomar for­ma huma­na, veio ao mun­do como meni­no, e não como menina!

O Pai e o Filho são homens; mas onde está a mãe? Pode­ría­mos dizer que a mãe do Filho é Maria, sua pro­ge­ni­to­ra. Mas quem seria a mãe de Adão? Nes­se sen­ti­do, a argu­men­ta­ção do “Deus Mãe” é dire­ci­o­na­da para a pes­soa do Espí­ri­to San­to. Seria Ele – ou, no caso, Ela – o lado femi­ni­no ou mater­no de Deus. O Espí­ri­to San­to é o Deus Mãe! Essa refle­xão é intri­gan­te e até cer­to pon­to polê­mi­ca. Mas o que eu que­ro aqui é pon­de­rar e me focar mais na figu­ra da mãe, que de fato pos­sui atri­bu­tos divinos.

Não sei se con­cor­do mui­to com esse argu­men­to do Deus Mãe, mas, com cer­te­za, toda mãe é um pou­co deu­sa. Um dos atri­bu­tos divi­nos que mais dis­tin­guem Deus de todos os demais seres é o Seu poder de dar a vida; e essa carac­te­rís­ti­ca tam­bém está pre­sen­te em todas as mulhe­res, sal­vo exce­ções de ordem bio­ló­gi­ca. Quan­to aos homens, cem por cen­to deles não foram cri­a­dos com o poder de gerar a vida – e me pare­ce que a ciên­cia não será capaz de achar uma alter­na­ti­va para essa realidade.

Pen­so que as mães nos reve­lam par­te do cará­ter de Deus. Gerar uma vida é, sem som­bra de dúvi­da, algo excep­ci­o­nal. Nós, homens e mulhe­res, pode­mos cri­ar e dar nova for­ma para mui­tas coi­sas, mas gerar um novo ser, dar vida a outra pes­soa é algo real­men­te sin­gu­lar. Creio que o úte­ro de uma mulher se asse­me­lha às mãos habi­li­do­sas do nos­so Cri­a­dor: de manei­ra assom­bro­sa, gran­di­o­sa e “mis­te­ri­o­sa”, um novo ser é gera­do para des­fru­tar da vida.

No entan­to, esse não é o úni­co atri­bu­to mater­no que se asse­me­lha aos do nos­so Deus. Pode­mos citar mui­tos outros, como, por exem­plo, a mise­ri­cór­dia, a tole­rân­cia e o amor incondicional.

Nes­te Dia das Mães, que­re­mos reco­nhe­cer que elas são ver­da­dei­ras deu­sas. Não como aque­las do Olim­po ou dos dese­nhos em qua­dri­nhos, mas mulhe­res que têm o poder divi­no de gerar vida. Aliás, é por con­ta des­se poder que esta­mos aqui, pois um dia Deus deci­diu divi­dir um pou­co da Sua divin­da­de com mui­tas mulhe­res. Resul­ta­do: nós nascemos!

Obri­ga­do, mãe! Obri­ga­do a todas as mães! Deus as aben­çoe hoje e sempre!

Pr Tiago Valentim

Tia­go Valen­tin, pastor

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