Metodismo no Brasil

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Em 1930, Bra­sil e Méxi­co tor­na­ram-se as pri­mei­ras igre­jas meto­dis­tas autô­no­mas. Os meto­dis­tas foram os pri­mei­ros a ini­ci­ar o tra­ba­lho mis­si­o­ná­rio no Bra­sil (1836 – Jus­tin Spaul­ding e o Rev. Dani­ei P. Kid­der e famí­li­as), mas tive­ram de aban­do­nar a mis­são em 1841, devi­do a vári­os fatores:

  • Fale­ci­men­to da espo­sa do Rev. Kid­der, que ficou sozi­nho com duas crianças.
  • Pro­ble­mas pes­so­ais dos missionários.
  • Difi­cul­da­de mui­to gran­de de acei­ta­ção da men­sa­gem do Evan­ge­lho pelos brasileiros
    Difi­cul­da­de finan­cei­ra dos Esta­dos Uni­dos em man­ter o tra­ba­lho mis­si­o­ná­rio. Nes­te tem­po, o Bra­sil pas­sa a pro­du­zir menos cana-de-açú­car e taba­co (fumo) e come­ça a pro­du­zir mui­to café. A mão-de-obra escra­va já não era tão impor­tan­te e havia neces­si­da­de de mão-de-obra mais espe­ci­a­li­za­da. A Ingla­ter­ra pres­si­o­na­va para que se aca­bas­se com a escra­vi­dão. Em 1850, saiu uma lei no Bra­sil que proi­bia a impor­ta­ção de mão-de-obra escra­va. Uma for­ma de resol­ver esse pro­ble­ma era abrir o país para que os colo­nos de outros paí­ses vies­sem para cá. Assim, che­ga­ram aqui mui­tos ita­li­a­nos que tra­ba­lha­ram em fazen­das de café.

A guerra americana

Em 1861, come­çou nos Esta­dos Uni­dos uma guer­ra que divi­diu o país em nor­tis­tas e sulis­tas (mui­tos fil­mes de ban­gue-ban­gue falam da guer­ra entre os ian­ques e os con­fe­de­ra­dos). Esta guer­ra acon­te­ceu por cau­sa da escra­vi­dão e aca­bou somen­te em 1865. Depois que a guer­ra aca­bou, mui­tos ame­ri­ca­nos vie­ram morar no Bra­sil, num lugar per­to de Pira­ci­ca­ba, São Pau­lo. Lá eles fun­da­ram uma cida­de cha­ma­da Americana.

A chegada dos americanos no Brasil

O Impe­ra­dor D.Pedro II foi um gran­de incen­ti­va­dor da vin­da de ame­ri­ca­nos para o Bra­sil, ven­den­do-lhes ter­ra a pre­ços bai­xos, finan­ci­an­do as pas­sa­gens, a com­pra de fer­ra­men­tas e de semen­tes, entre outras faci­li­da­des, para quem não tinha dinhei­ro. O Bra­sil tam­bém cri­ou uma com­pa­nhia de nave­ga­ção com navi­os a vapor que liga­vam o Rio de Janei­ro a Nova York. Na pri­mei­ra via­gem des­tes navi­os, vie­ram mui­tos ame­ri­ca­nos para o Bra­sil, que se ins­ta­la­ram em vári­as regiões, mas a que mais pros­pe­rou foi a de São Paulo.

Em 1867, che­gou no Bra­sil um gru­po de ame­ri­ca­nos onde veio o Rev. Jus­tus E. New­man, que tra­ba­lhou como pas­tor entre os ame­ri­ca­nos. Em 1875, o Rev. New­man rece­beu uma car­ta dos Esta­dos Uni­dos que mui­to lhe ale­grou o cora­ção. A Igre­ja do Sul dos EUA resol­veu man­dar para o Bra­sil, a pedi­do do Rev. New­man, o mis­si­o­ná­rio Rev. John James Ran­som, que foi uma das figu­ras mais impor­tan­tes da nos­sa Igre­ja Metodista.

O crescimento da Igreja no Brasil

No Sul e Sudes­te. A Igre­ja Meto­dis­ta foi cres­cen­do no Rio Gran­de do Sul, em São Pau­lo, em Minas Gerais e no Rio de Janei­ro. No Nor­te e Nordeste

No Nor­te do Bra­sil, o Rev. Jus­tus Henry Nel­son tra­ba­lhou por mui­tos anos fun­dan­do igre­jas no Ama­zo­nas e no Pará. No nos­so hiná­rio evan­gé­li­co, temos mui­tos hinos do Rev. Jus­tus H. Nel­son. Tam­bém o Rev. Wil­li­an Tay­lor tra­ba­lhou no Nor­des­te, fun­dan­do igre­jas no Pará, Mara­nhão e Bahia. Uma coi­sa mui­to tris­te foi a fal­ta de apoio das jun­tas de mis­sões para o tra­ba­lho meto­dis­ta no Nor­te e Nor­des­te do Bra­sil. Os mis­si­o­ná­ri­os do Sul e Sudes­te do Bra­sil tam­bém não se inte­res­sa­vam pelo tra­ba­lho mis­si­o­ná­rio por cau­sa da dis­tân­cia des­ta região de São Pau­lo e Rio de Janei­ro. O Rev. Jus­tus H. Nel­son mor­reu em Belém do Pará, onde está sepul­ta­do. Foi o que sobra­ra da pre­sen­ça do meto­dis­mo nes­ta região do Brasil.

O Meto­dis­mo cres­ceu bas­tan­te no Sudes­te do Bra­sil (Rio de Janei­ro e São Pau­lo), que até hoje são as mai­o­res regiões da Igre­ja Meto­dis­ta no Bra­sil. Duran­te o perío­do em que este­ve no Bra­sil, o Rev. John James Ran­som fun­dou um jor­nal cha­ma­do “O Meto­dis­ta Cató­li­co” (1886) que no ano seguin­te mudou de nome, pas­san­do a se cha­mar “Expo­si­tor Cris­tão”. Este nome exis­te até hoje, é o nos­so jor­nal Metodista.

A autonomia da Igreja

Como a Igre­ja cres­ceu, era neces­sá­rio que se tor­nas­se inde­pen­den­te dos Esta­dos Uni­dos. Após mui­ta dis­cus­são, a Igre­ja Meto­dis­ta tor­nou-se inde­pen­den­te em 02 de setem­bro de 1930, em São Pau­lo. Ele­ge­ram o pri­mei­ro bis­po da Igre­ja. Ele se cha­ma­va Wil­li­an Tar­boux e era ame­ri­ca­no. O pri­mei­ro bis­po meto­dis­ta bra­si­lei­ro cha­ma­va-se César Dacor­so Filho e foi elei­to em 1938. Para que uma Igre­ja fos­se autô­no­ma ela deve­ria pos­suir 3 requisitos:

a. Auto-sus­ten­to (con­di­ções financeiras).
b. Minis­té­rio pró­prio (pas­to­res brasileiros).
c. Auto-pro­pa­ga­ção (con­di­ções de cres­cer sozinha).

As Regiões Eclesiásticas

Com o cres­ci­men­to da Igre­ja em alguns ter­ri­tó­ri­os do Bra­sil, as igre­jas foram se orga­ni­zan­do em Regiões Ecle­siás­ti­cas. Cada um de nós é mem­bro de uma Região da Igre­ja. No come­ço exis­ti­am ape­nas as regiões do Cen­tro, Nor­te e Sul do Bra­sil. Mais tar­de a Igre­ja ficou assim organizada:

Pri­mei­ra Região – Rio de Janeiro
Segun­da Região – Rio Gran­de do Sul
Ter­cei­ra Região – São Pau­lo capi­tal (e Região Les­te do Estado)
Quar­ta Região – Minas Gerais e Espí­ri­to Santo
Quin­ta Região – Inte­ri­or de São Pau­lo, Goiás, Tocan­tins, Mato Gros­so, Mato Gros­so do Sul, Tri­ân­gu­lo Minei­ro, Sul e Brasília
Sex­ta Região – Para­ná e San­ta Catarina
Região Mis­si­o­ná­ria do Nor­des­te – Ala­go­as, Bahia, Cea­rá, Paraí­ba, Per­nam­bu­co, Piauí, Ser­gi­pe e Rio Gran­de do Norte
Cam­pos Mis­si­o­ná­ri­os da Amazô­nia – Acre, Ama­zo­nas, Pará, Rondô­nia e Roraima

Fon­te: Revis­ta Cruz de Malta