Maná diário

Maná 3”, por Ter­ri Davis

Uma das mais extra­or­di­ná­ri­as expe­ri­ên­ci­as rela­ta­das na Bíblia é a do maná que Deus envi­ou para o Seu povo no meio do deser­to. Já fazia um mês que as cadei­as da opres­são e da incre­du­li­da­de havi­am se rom­pi­do. Deus dis­se­ra que liber­ta­ria o povo, e foi o que ocor­reu. Como Ele não faz nada pela meta­de, pro­me­teu que liber­ta­ria Seu povo e ain­da o con­du­zi­ria para uma ter­ra aben­ço­a­da. Até che­ga­rem à ter­ra pro­me­ti­da, porém, mui­tas coi­sas teri­am de acon­te­cer. Naque­la lon­ga jor­na­da, a mul­ti­dão de isra­e­li­tas con­du­zi­da por Moi­sés tinha de ter no míni­mo o que comer e beber. Mas já fazia trin­ta dias que eles tinham saí­do do Egi­to e as reser­vas de man­ti­men­to esta­vam se esgotando.

É difí­cil esti­mar o quão desa­fi­a­dor foi para apro­xi­ma­da­men­te 3 milhões de pes­so­as viver qua­ren­ta anos no deser­to. Inú­me­ros foram os desa­fi­os e cer­ta­men­te ape­nas uma par­te deles foi rela­ta­da na Pala­vra de Deus. Entre tan­tas neces­si­da­des, ter o que comer era a mais bási­ca delas.

Por incrí­vel que pare­ça, a escra­vi­dão no Egi­to tam­bém havia se tor­na­do uma zona de con­for­to para o povo hebreu. Ali, como eles pró­pri­os dis­se­ram a Moi­sés, pelo menos tinham o que comer e beber.

Por vezes, nós tam­bém nos com­por­ta­mos assim. Embo­ra estan­do numa situ­a­ção de humi­lha­ção, de pros­tra­ção ou de opres­são, não ten­ta­mos mudar o qua­dro ou, pior, dei­xa­mos de crer que Deus pode nos socor­rer e pre­fe­ri­mos garan­tir nos­sa sub­sis­tên­cia abrin­do mão da pos­si­bi­li­da­de de viver em abun­dân­cia. Para sair do Egi­to e ir para Canaã, mais do que dese­jo, é neces­sá­rio ter fé.

Deus pro­por­ci­o­na­ria ao povo uma vida prós­pe­ra. Mas, para viven­ci­ar o melhor de Deus, eles teri­am de se “desin­to­xi­car” da men­ta­li­da­de de escra­vos, mise­rá­veis e indig­nos; pre­ci­sa­ri­am vol­tar a con­fi­ar ple­na­men­te na pro­vi­são de Deus; teri­am de con­fi­ar que o Senhor cui­da­va e sem­pre cui­da­ria do Seu povo. Essas expe­ri­ên­ci­as de pro­vi­são refor­çam a noção que temos de quem de fato está no con­tro­le, de em quem pode­mos con­fi­ar de ver­da­de, de que, aci­ma de qual­quer coi­sa, somos ama­dos pelo Pai.

Pois bem, a cami­nho da ter­ra pro­me­ti­da, os recur­sos come­ça­vam a aca­bar ou teri­am aca­ba­do com­ple­ta­men­te, e a per­gun­ta era ine­vi­tá­vel: “E ago­ra, José?”. Moi­sés foi ques­ti­o­na­do, mas a argui­ção, na ver­da­de, era para Deus. Então o Senhor reme­mo­rou a Moi­sés e ao povo que Ele é Jeo­vá Jireh, ou seja, o Deus que pro­vê. O Senhor garan­tiu que iria pro­ver o pão e, assim, na manhã seguin­te, os hebreus e hebrei­as olha­ram para o cam­po e o viram cober­to por uma espé­cie de flo­co. Então eles per­gun­ta­ram: “O que é?”. Era o que em hebrai­co se cha­mou man – “maná” em por­tu­guês. Aque­les flo­qui­nhos, quan­do reco­lhi­dos e ajun­ta­dos, tinham a con­sis­tên­cia de pão e ali­men­ta­vam como se fos­sem pão.

Não era per­mi­ti­do ao povo acu­mu­lá-lo de um dia para o outro e, quan­do ten­ta­ram fazer isso, o “pão” mofou. Ora, Deus havia garan­ti­do que pro­ve­ria o maná todos os dias, pois Ele é o mes­mo ontem, hoje e o será para sem­pre. No pro­ces­so de liber­ta­ção da men­te daque­le povo, apren­der a con­fi­ar na pro­vi­são de Deus era essen­ci­al. Afi­nal, é da natu­re­za huma­na depo­si­tar sua con­fi­an­ça em algo; e é natu­ral tam­bém que essa con­fi­an­ça nos tor­ne depen­den­tes da sua fon­te. Mui­tos de nós nos tor­na­mos escra­vos da segu­ran­ça que o dinhei­ro, o poder ou a posi­ção que ocu­pa­mos pode nos con­fe­rir. No entan­to, quan­do somos depen­den­tes ape­nas de Deus, somos livres de qual­quer outra coisa.

Para che­gar­mos a Canaã, temos de cami­nhar pelo deser­to lado a lado com Jeo­vá Jireh, pois, quan­do o cai­xa aca­bar, sabe­re­mos que Ele pro­ve­rá, nada vai nos fal­tar e Ele com­ple­ta­rá a Sua obra!

For­te abraço,

Pr Tiago Valentim

Tia­go Valen­tin, pastor

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