A expressão “maior de idade”, ou “de maior” (esta segunda mais coloquial, mas igualmente correta), refere-se às pessoas que alcançaram a maioridade legal, ou seja, que completaram 18 anos de idade. A origem da expressão vem do âmbito jurídico, que diz que uma pessoa é “de menor idade legal” ou “de maior idade legal”. Nesse sentido, quem é “maior” está habilitado a realizar uma série de coisas, mas juridicamente também passa a responder plenamente por seus atos.
É muito comum entre os adolescentes a expectativa para completar 18 anos e assim conseguir, por exemplo, a tão sonhada Carteira Nacional de Habilitação para, literalmente, habilitar-se a dirigir. Por outro lado, também conhecemos a sórdida preferência dos criminosos por aliciar menores de idade para a vida do crime, pois estes, se forem apanhados pela polícia, têm uma penalidade muito mais branda em comparação com alguém que já é maior.
Do ponto de vista espiritual, ser maior ou menor também determina algumas coisas. É claro que não existe uma idade que defina nossa maioridade espiritual, à qual chamamos de “maturidade”. Esta sim define muitas coisas na nossa caminhada de fé. Na Bíblia, encontram-se inúmeras passagens que ilustram o quanto a maturidade foi determinante para a ação de Deus na vida das pessoas.
O primeiro exemplo que me ocorre é o de Davi. Até ele se tornar rei, muita coisa aconteceu, e a principal delas foi o seu amadurecimento. Do dia em que Samuel o consagrou para ser rei até que ele se assentasse no trono, Davi precisou passar por um longo e muitas vezes doloroso período de amadurecimento para ter condições de reinar sobre Israel.
Algo muito parecido acorreu com Saulo. Até ele se tornar Paulo, um intenso e profundo amadurecimento precisou ocorrer naquele homem já em idade adulta. Precisou cair de seu cavalo na estrada de Damasco, ficar cego, ser curado, passar por perseguições, refugiar-se em sua cidade natal e ser discipulado por Barnabé. Paulo precisou passar por todas essas experiências para amadurecer e ser forjado por Deus a fim de tornar-se o maior missionário da história cristã.
O próprio Paulo escreveu à igreja em Éfeso que a vontade do Pai é que todos tenham a medida da estatura completa de Cristo – na versão da Bíblia na Linguagem Contemporânea, “adultos plenamente maduros, plenamente desenvolvidos, plenamente cheios de vida, como Cristo” (Ef 4:13). Deus, o Pai, deseja que todos os Seus filhos e filhas amadureçam para que seja possível reconhecer e experimentar a Sua glória manifesta neles e nelas. Paulo segue dizendo: “Chega de ser criança. Não dá para tolerar gente ingênua, bebezinhos que são alvos fáceis de impostores. Deus quer que cresçamos, conheçamos toda a verdade e a proclamemos em amor” (Ef 4:14–15 – BLC).
Nosso nível de maturidade interfere na intensidade da manifestação do amor de Deus em nossas vidas, ou seja, quanto mais maduros estivermos, mais Deus agirá por meio de nós. Podemos supor que, quando aquele senhor da parábola contada por Jesus distribuiu os talentos para seus servos de acordo com suas capacidades, ele também estava considerando e falando a respeito da maturidade daqueles servos. Definitivamente, Deus quer que cresçamos, que amadureçamos para estarmos habilitados a testemunhar cada vez mais intensamente Sua graça e Seu amor.
Do amigo e pastor,
Tiago Valentin