Dize-me com quem andas e te direi quem és!

PROCESSO DO DISCIPULADO (PARTE 3)

Algum tem­po mais tar­de, os que esta­vam ao redor apro­xi­ma­ram-se de Pedro e o acu­sa­ram: ‘Com toda a cer­te­za és igual­men­te um deles, por­quan­to o teu modo de falar o denun­cia’” (Mateus 26:73).

Homem com Galo” (Pedro nega Jesus) (1963), por Vicen­te Manansala

Na segun­da par­te des­ta série, que foi publi­ca­da na edi­ção de 23 de outu­bro, des­cre­ve­mos a impor­tân­cia de enten­der que, mais do que Senhor das pala­vras, Jesus era o Mes­tre da vida; e que, mais do que teo­ri­as, Ele nos ensi­nou por meio de Sua pró­pria vida! Até por­que, ao mor­rer numa cruz, Jesus quis nos dar vida, e não um livro e um con­jun­to de prin­cí­pi­os reli­gi­o­sos. Cris­ti­a­nis­mo não é um amon­to­a­do de regras e dog­mas, mas um esti­lo de vida. É des­sa for­ma que nós meto­dis­tas afir­ma­mos, por meio do dis­ci­pu­la­do, um esti­lo de vida no qual a figu­ra de Cris­to vai sen­do for­ma­da em nós ao lon­go do pro­ces­so, e bus­ca­mos imi­tá-Lo em nos­sas ações, pala­vras e com­por­ta­men­to, pois é a vida de Cris­to que nos influ­en­cia e capacita.

Nes­te segun­do ele­men­to, impres­cin­dí­vel para o pro­ces­so do dis­ci­pu­la­do, vamos enten­der que, no dis­ci­pu­la­do, além de não cami­nhar­mos sozi­nhos, deve­mos imi­tar alguém que tem Jesus Cris­to como mode­lo. É mui­to comum que as pes­so­as sigam alguém ou imi­tem seu com­por­ta­men­to. Mas será que a pes­soa que esta­mos imi­tan­do ou mode­lan­do está ten­do Jesus Cris­to como refe­rên­cia e padrão? Com cer­te­za você já deve ter ouvi­do a fra­se “Dize-me com quem andas e te direi quem és”. Minha mãe me repe­tia isso inú­me­ras vezes, a fim de me aler­tar para o cui­da­do que eu devia ter com minhas com­pa­nhi­as. E ela sem­pre reco­men­da­va no final: “Juí­zo!”. Pen­so que isso tem tudo a ver com o dis­ci­pu­la­do de Jesus.

No momen­to em que negou a Jesus, o após­to­lo Pedro foi iden­ti­fi­ca­do como um de Seus dis­cí­pu­los, pois seu jei­to e a for­ma como fala­va se pare­ci­am com os de Jesus. É níti­do que, quan­do pas­sa­mos mui­to tem­po jun­to de alguém que admi­ra­mos, aca­ba­mos repli­can­do suas carac­te­rís­ti­cas, seus tre­jei­tos e até sua for­ma de falar, por­que gera-se em nós uma iden­ti­fi­ca­ção, ou, como se diz em psi­ca­ná­li­se, um espe­lha­men­to. Por esse moti­vo, não pro­cu­re pes­so­as per­fei­tas para o seu dis­ci­pu­la­do, e sim pes­so­as con­fiá­veis, pes­so­as que se pare­çam com Jesus Cris­to, pes­so­as que irão fazer você se apro­xi­mar ain­da mais d’Ele e cada vez mais se asse­me­lhar a Ele. O dis­ci­pu­la­do nos aju­da a per­ma­ne­cer em Jesus e a ser mais pare­ci­dos com Ele. O dis­ci­pu­la­do nos aju­da a extrair o Cris­to de den­tro de cada um(a) e nos faz andar como Jesus andou: “Aque­le que diz que per­ma­ne­ce n’Ele, esse deve tam­bém andar assim como Ele andou” (1 Jo 2:6).

Nes­ta ter­cei­ra par­te e nes­te segun­do ele­men­to do pro­ces­so do dis­ci­pu­la­do, saber com quem se deve andar é impres­cin­dí­vel, por­que, na vida cris­tã, não é impor­tan­te ape­nas saber o cami­nho, mas é extre­ma­men­te rele­van­te saber com quem se per­cor­re esse cami­nho. Como diria Pau­lo Frei­re, “o cami­nho se faz cami­nhan­do”. Cami­nhe em dis­ci­pu­la­do com que cami­nha com Jesus Cris­to; asse­gu­re-se de que, em sua cami­nha­da, você está seguin­do a Jesus e que o seu mode­lo de vida é o Mes­tre de Nazaré!

Por ora, fica­re­mos por aqui. Aguar­do você para con­ti­nu­ar­mos medi­tan­do sobre o pro­ces­so do dis­ci­pu­la­do. Até a pró­xi­ma, pois nos­sa refle­xão segue para a sua reta final.

Rev. Isra­el A. Rocha

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