Hoje, domingo de Páscoa, celebramos a vida no seu sentido mais amplo e profundo; celebramos a vida como antítese da morte; celebramos a vida depois da morte; celebramos a vitória da vida sobre a morte. No meu entender, a melhor definição do que é a Páscoa está na expressão paulina de que a morte foi tragada na vitória – a vitória que Jesus conquistou na cruz do Calvário e se manifestou ao terceiro dia!
Atualmente, estamos vivendo, num contexto dramático, algo jamais visto na história da humanidade: uma pandemia ampla e irrestrita em seu alcance e contágio. Dentre tantos sentimentos, frutos da reclusão social, da crise econômica e da própria possibilidade de contágio com o novo coronavírus, o que mais tem me chamado a atenção é o medo de morrer que tem consumido muitas pessoas. Até certa medida, consigo compreender que as pessoas tenham medo da morte. Afinal, quantas questões estão embutidas nessa dura situação: “Como se dará a morte?”; “Como ficará minha família na minha ausência?”; “Quantas coisas deixarei de experimentar e vivenciar?”.
Por isso, o medo de morrer é compreensível. Entretanto, esse medo não deveria fazer parte da nossa realidade como cristãos. Não estou com isso, em hipótese alguma, dizendo que não temos que evitar o contágio com esse novo vírus e uma possível morte causada por ele. O que devemos é atentar para o medo gerado pela realidade da morte, pois, em primeiro lugar, essa já não é mais uma realidade para aqueles que estão em Cristo Jesus; segundo, porque, se morrermos crendo em Jesus, iremos para a glória junto do Pai. Que coisa maravilhosa, você não acha?
Quero lembrá-lo(a) de uma das falas mais extraordinárias de Jesus, quando, no episódio da morte de Seu amigo Lázaro, Ele disse para as irmãs enlutadas: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11:25). Que coisa extraordinária: “Ainda que morra, viverá”! Esse episódio é um prenúncio daquilo por que todos nós vamos passar, pois, graças a Jesus, todos nós iremos ressuscitar. Lázaro talvez tenha sido apenas um exemplo do que acontece, por meio de Jesus, com todos os que n’Ele creem.
Apesar de tanta desesperança à nossa volta, conseguimos continuar acreditando, pois a realidade que mais nos intimida, que é a morte, foi superada pelo sacrifício de Cristo na cruz. Ora, se a única coisa que nos limitava foi vencida, podemos ter esperança de que qualquer coisa pode ser superada.
Que obra maravilhosa e grandiosa Jesus fez por nós! Ainda que o corpo físico seja vencido por um vírus, por uma paralisia respiratória, o testemunho, o exemplo, a história de quem amamos sempre estarão vivos dentro de nós. Mais do que isso, continuamos a viver espiritualmente no Senhor e um dia ressuscitaremos todos com Cristo e celebraremos eternamente a vida concedida por Deus!
Que, em meio a todo esse caos, possamos, pela fé e profeticamente, celebrar a ressurreição do nosso Salvador. Que você possa crer que os sonhos e planos que morreram ou ficaram pelo caminho podem ser revivificados pelo poder da cruz. Servimos ao Deus da vida – da vida aqui e da vida além. O Senhor pode ressuscitar nossa esperança, nossa alegria, nossa fé, pois Ele quer que tenhamos uma vida abundante hoje. E, mesmo que a morte venha, continuaremos a viver com Ele para sempre!
Um forte abraço,
Tiago Valentin, pastor