Celebre a vida!

Cele­bra­ção da Vida”,
por Miki De Goodaboom

Ontem, 2 de novem­bro, a Igre­ja Cató­li­ca Apos­tó­li­ca Roma­na cele­brou o Dia dos Fiéis Defun­tos, Dia de Fina­dos ou Dia dos Mor­tos. Des­de o sécu­lo II, alguns cris­tãos reza­vam pelos fale­ci­dos, visi­tan­do os túmu­los dos már­ti­res para pedir pelos que mor­re­ram. Em 2 de novem­bro de 998, o aba­de fran­cês Odi­lo de Cluny suge­riu aos mon­ges de sua aba­dia que todo ano, naque­la data, pas­sas­sem a dedi­car suas ora­ções à alma daque­les que já havi­am par­ti­do. A data foi esco­lhi­da por ser o dia seguin­te à Fes­ta de Todos os San­tos. A par­tir des­sa ini­ci­a­ti­va, os papas Sil­ves­tre II (1003), João XVII (1009) e Leão IX (1015) decre­ta­ram a cele­bra­ção dos mor­tos por toda a comu­ni­da­de cató­li­ca do mun­do. Mas a data só foi ofi­ci­a­li­za­da no sécu­lo XIII.

Con­tu­do, a come­mo­ra­ção do dia 2 de novem­bro é dupla­men­te tris­te: pri­mei­ro, por­que, para a gran­de mai­o­ria das pes­so­as, revi­ver a lem­bran­ça da per­da de um ente que­ri­do é algo mui­to dolo­ro­so; e, segun­do, por­que rezar ou esfor­çar-se por quem já mor­reu não alte­ra em abso­lu­ta­men­te nada a sua condição.

Como cris­tãos, somos cha­ma­dos a cele­brar a vida no seu sen­ti­do mais amplo e pro­fun­do; cele­bra­mos a vida como antí­te­se da mor­te; cele­bra­mos a vida depois da mor­te; cele­bra­mos a vitó­ria da vida sobre a mor­te. No meu enten­der, a melhor defi­ni­ção de sal­va­ção está na expres­são pau­li­na de que a mor­te foi tra­ga­da na vitó­ria que Jesus con­quis­tou na cruz do Cal­vá­rio e foi anun­ci­a­da ao ter­cei­ro dia!

Por isso, eu lhe per­gun­to: você tem fei­to valer a pena? Você tem valo­ri­za­do a vida que Deus lhe deu? O ati­vis­mo é um mal do nos­so tem­po. Mui­ta gen­te se sen­te inú­til quan­do não está desem­pe­nhan­do algu­ma ati­vi­da­de, ain­da mais num mun­do onde as pes­so­as não só falam, mas acre­di­tam que “tem­po é dinhei­ro” e que qual­quer tem­po “per­di­do” sig­ni­fi­ca uma opor­tu­ni­da­de a menos de ganhar, ganhar e ganhar. Essa men­ta­li­da­de apri­si­o­na as pes­so­as a um sis­te­ma opres­sor e ingra­to. Mui­tos acham que estão viven­do, mas, na ver­da­de, só estão sobrevivendo.

Qual seria a saí­da da arma­di­lha do ati­vis­mo? Uma coi­sa é fato: nos­sa vida é cor­ri­da mes­mo. Mas o que faz toda a dife­ren­ça é quan­do pode­mos optar. O que que­ro dizer é que, quan­do temos a chan­ce de esco­lher entre assu­mir mais um com­pro­mis­so ou, num perío­do vago do dia, esco­lher tra­ba­lhar em detri­men­to de outra coi­sa, deve­ría­mos na ver­da­de optar por aqui­lo que real­men­te valha a pena.

Na minha expe­ri­ên­cia pes­so­al, tenho opta­do por estar com meus filhos sem­pre que tenho opor­tu­ni­da­de. Às vezes, em casa, eu pode­ria adi­an­tar algu­ma ati­vi­da­de da igre­ja ou só man­dar um e‑mail rapi­di­nho. Mas, se não estou em horá­rio de expe­di­en­te, tenho fei­to o exer­cí­cio de optar por dedi­car um tem­po de qua­li­da­de para as crianças.

Jesus não tinha nenhum remor­so de ir a fes­tas, sair para jan­tar com os ami­gos, visi­tar Sua mãe, ir pas­se­ar sozi­nho na praia… Ele fazia tudo isso e não fica­va pen­san­do: “Não seria melhor eu estar pre­gan­do em algu­ma pra­ça esta manhã?”; “Não seria mais ade­qua­do eu estar curan­do enfer­mos esta noi­te?”. Ele sim­ples­men­te sabia fazer as esco­lhas cer­tas nos momen­tos certos.

Meu con­vi­te a você é para que, quan­do sua agen­da lhe der a chan­ce de optar pelo que você quer fazer, esco­lha aqui­lo que vale a pena. Dedi­que mais tem­po aos seus pais, visi­te seus avós, pas­seie com sua espo­sa ou seu mari­do, reve­ja seus velhos ami­gos ou, melhor ain­da, faça novas ami­za­des. Cele­bre a vida que o Senhor lhe deu! Ser­vi­mos ao Deus da vida – da vida aqui e da vida além. O Senhor pode res­sus­ci­tar nos­sa espe­ran­ça, nos­sa ale­gria, nos­sa fé, pois Ele quer que tenha­mos uma vida abun­dan­te hoje, aqui e ago­ra, e, mes­mo quan­do a mor­te vier, con­ti­nu­a­re­mos a viver com Ele para sempre!

Do ami­go e pastor,

Pr Tiago Valentim

Tia­go Valentin

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