A árvore e seus frutos

Ou fazei a árvo­re boa e o seu fru­to bom ou a árvo­re má e o seu fru­to mau; por­que pelo fru­to se conhe­ce a árvo­re. Raça de víbo­ras, como podeis falar coi­sas boas, sen­do maus? Por­que a boca fala do que está cheio o cora­ção. O homem bom tira do tesou­ro bom coi­sas boas; mas o homem mau do mau tesou­ro tira coi­sas más. Digo-vos que, de toda pala­vra frí­vo­la que pro­fe­ri­rem os homens, dela darão con­ta no Dia do Juí­zo; por­que, pelas tuas pala­vras, serás jus­ti­fi­ca­do e, pelas tuas pala­vras, serás con­de­na­do (Mateus 12:33–37).

Maci­ei­ra Abs­tra­ta”, por Patty Baker

Quan­do fala­mos em árvo­res, logo nos vem à cabe­ça aque­la árvo­re fron­do­sa, lin­da, cheia de galhos e folhas ver­di­nhas e car­re­ga­da de fru­tas vis­to­sas. Entre­tan­to, só é pos­sí­vel que isso acon­te­ça se tudo que está ao redor da árvo­re é apro­pri­a­do. Deve-se cui­dar da ter­ra com adu­bo, regas regu­la­res e expo­si­ção ao sol, a fim de pro­ver nutri­en­tes sufi­ci­en­tes para o ple­no desen­vol­vi­men­to da árvo­re. Se não hou­ver tais inves­ti­men­tos, ela não pro­du­zi­rá bons frutos.

Se temos pra­zer em olhar para esse tipo de árvo­re, não gos­ta­re­mos de ter por per­to uma árvo­re seca, feia, sem folhas, com galhos retor­ci­dos, nos quais não encon­tra­mos fru­tos ou aque­les que ain­da insis­ti­ram em nas­cer são peque­nos e sem gos­to. Mas isso pode ter acon­te­ci­do por fal­ta de inves­ti­men­to ou por fal­ta de recursos.

Tra­zen­do para a nos­sa rea­li­da­de, essas árvo­res são como as pes­so­as. A pri­mei­ra repre­sen­ta aque­las cujo desen­vol­vi­men­to foi bene­fi­ci­a­do em tudo; já a segun­da retra­ta os indi­ví­du­os mar­gi­na­li­za­dos, sem nenhum favorecimento.

Aqui no tex­to esta­mos falan­do no con­tex­to cris­tão. Árvo­re boa é aque­la que per­mi­te ser tra­ta­da, que bus­ca cami­nhar de acor­do com a von­ta­de do Pai, que tem um rela­ci­o­na­men­to diá­rio com Ele, con­quis­tan­do assim trans­for­ma­ção, cura e con­ver­são. Porém, para que tudo isso acon­te­ça, é neces­sá­rio um mover da pessoa.

A carac­te­rís­ti­ca de uma árvo­re é dar fru­tos, e o que vai medir a qua­li­da­de des­ses fru­tos é onde ela fin­ca suas raí­zes, já que as raí­zes são o meio pelo qual ela vai tirar seus nutri­en­tes da ter­ra. Então, seria fácil pen­sar que ela deve bus­car um solo rico em nutri­en­tes para se desen­vol­ver; mas não é tão sim­ples assim.

Ima­gi­ne que, lá no ven­tre, somos uma semen­ti­nha; quan­do nas­ce­mos, somos um bro­ti­nho; e, ao lon­go de nos­sa vida, vamos sen­do alimentados/nutridos pelo meio e cri­a­mos raí­zes, as quais darão con­di­ções de nos ali­men­tar­mos. Enquan­to o solo nos for­ne­cer os nutri­en­tes vin­dos de fora, nos­so cres­ci­men­to fica­rá na depen­dên­cia disso.

Lem­bre­mo-nos de que “somos o que come­mos”. Assim, deve­mos defi­nir se sere­mos nutri­dos por ali­men­tos bons ou por fast food. Pare­ce bobo e até infan­til pen­sar des­sa for­ma sim­ples, mas é a realidade.

Quan­to mais eu invis­to em bons nutri­en­tes, mais a minha árvo­re, meu ser, pro­du­zi­rá bons fru­tos. E pode­mos ir além: quan­do a árvo­re é bem nutri­da, bem ali­men­ta­da, seus fru­tos e folhas atrai­rão e ali­men­ta­rão outros seres, como pás­sa­ros e inse­tos; ela dará som­bra, será um abri­go, exa­la­rá um bom per­fu­me, será nota­da de lon­ge. Ela será fon­te de vida por­que esta­rá cum­prin­do seu papel.

Já a outra árvo­re não tem as mes­mas carac­te­rís­ti­cas. Suas raí­zes estão enfra­que­ci­das, des­nu­tri­das, lutan­do para con­se­guir reti­rar do solo o míni­mo para a árvo­re sobre­vi­ver. Ela não tem mui­to a ofe­re­cer, e não por­que não foi cri­a­da para isso, mas por­que, na sua tra­je­tó­ria, seu solo não ofe­re­ceu aqui­lo de que ela neces­si­ta­va e suas raí­zes fica­ram agar­ra­das a ele­men­tos que não for­ne­ci­am o melhor da ter­ra. Des­sa for­ma, ela não con­se­gue fazer o seu papel, não con­se­gue pro­du­zir, não con­se­gue cum­prir o pro­pó­si­to para o qual foi criada!

O ver­sí­cu­lo 33 de Mateus 12 dei­xa cla­ro que não há meio-ter­mo para nós: ou esta­mos com jesus, ou não esta­mos. Temos de esco­lher e arcar com essa esco­lha, que cabe somen­te a mim e a você.

Jesus dei­xa mui­to cla­ro que “pelo fru­to” se conhe­ce a árvo­re. Não é pelo tron­co, nem pelos galhos, nem pelas folhas, mas pelo fru­to! É por aqui­lo que pro­du­zi­mos, por aqui­lo de que esta­mos chei­os, cul­mi­nan­do na fra­se: “Pois do que há em abun­dân­cia no cora­ção, dis­so fala a boca”.

Sim­ples, porém com­ple­xo para nós, já que mui­tas vezes, mani­pu­la­mos o nos­so cora­ção de acor­do com o que esta­mos sentindo.

Não adi­an­ta que­rer­mos maqui­ar o nos­so cará­ter, se o Pai sabe quem real­men­te somos. Pode­mos enga­nar quem está per­to por um tem­po, mas um dia a más­ca­ra cai, ou o fru­to podre aparece.

Mes­mo achan­do que, por um bre­ve momen­to, pode­mos nos enga­nar e enga­nar as pes­so­as ao nos­so redor, o que pre­ci­sa­mos enten­der é que tudo que fizer­mos ou falar­mos será “usa­do” no Dia do Juízo.

Quan­do nos afas­ta­mos deli­be­ra­da­men­te do pro­pó­si­to de Deus para nos­sas vidas, esta­mos nos con­de­nan­do, cus­pin­do na cruz e negan­do tudo que Jesus fez por nós. Todas as nos­sas ações aqui nes­te mun­do estão sen­do com­pu­ta­das. Mui­tas vezes, vive­mos como se aqui fos­se nos­so ver­da­dei­ro lar, o úni­co, e que nos­sas ações serão con­de­na­das ou apro­va­das aqui mes­mo, esque­cen­do-nos de que somos pere­gri­nos em ter­ra estra­nha e que o nos­so lar é no céu, ao lado do Pai, de Jesus e do Espí­ri­to Santo.

Sabe­mos que toda pala­vra tem poder, sem exce­ção, e já foi com­pro­va­do pela ciên­cia (o que está na Bíblia) que plan­tas se tor­nam mais belas quan­do pro­fe­ri­mos pala­vras de bên­çãos e que mor­rem quan­do pro­fe­ri­mos pala­vras de mal­di­ção. Se temos esse “poder” fisi­ca­men­te falan­do, ima­gi­ne no mun­do espiritual!

Fica a sua e a minha esco­lha: se que­re­mos cum­prir o pro­pó­si­to para o qual fomos cri­a­dos ou se que­re­mos sim­ples­men­te pas­sar por aqui. Decida!

Por Patrí­cia Sere­jo, pre­si­den­te da Soci­e­da­de de Mulhe­res da Igre­ja Meto­dis­ta em Itaberaba

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