“Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal” (Mateus 6:34).
Comoção aflitiva do espírito que receia que uma coisa suceda ou não, a chamada ansiedade faz parte da vida das mais diferentes pessoas, nos mais diferentes contextos. O receio ou dúvida sobre o que vai acontecer na vida profissional, com o futuro dos filhos ou com seu próprio futuro toma as pessoas de ansiedade. E isso não é privilégio de ricos ou pobres, velhos ou novos, crentes ou descrentes. Nós, seres humanos, somos inseguros por natureza. Queremos que as coisas e até as pessoas estejam sob nosso domínio para termos um sentimento, ainda que falso, de controle sobre a vida.
Sem dúvida alguma, um dos maiores desafios enfrentados pela grande maioria das pessoas nesta pandemia é controlar a ansiedade. O temor ou incerteza a respeito do que vai ocorrer conosco ou com as pessoas à nossa volta aflige a nossa alma. Não sabermos se seremos contaminados pelo vírus, se perderemos o emprego, nem quando tornaremos a ver nossa família e nossos amigos pessoalmente – se é que todos estaremos vivos até o fim da pandemia. Essas e tantas outras situações inevitavelmente nos deixam ansiosos.
Mas certamente a questão para a qual mais queremos uma resposta é: “Quando essa pandemia vai acabar?”. A quarentena tem sido renovada mês a mês, os indicativos de transmissão do coronavírus e de mortes pela covid-19 não diminuem e já são mais de quatro meses enfrentando essa aflitiva situação. As melhores projeções indicam que no começo de 2021 teremos uma vacina, único recurso que pode controlar efetivamente a pandemia. Mas ainda estamos em agosto, ou seja, há ainda quase um semestre inteiro pela frente.
Ao tratar da ansiedade com Seus discípulos, Jesus os exortou a não se preocuparem com o dia de manhã, e sim enfrentarem as lutas e adversidades do dia presente. Esse é o segredo para não sermos dominados pela “ansiedade pandêmica”: vencer um dia de cada vez! O próprio Jesus, ao nos ensinar a orar, disse para clamarmos ao Pai pelo pão do dia: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”; ou seja, nosso olhar não pode estar fixado no amanhã ou em quando as coisas vão acontecer; devemos exercitar nossa fé no sentido de que, se Deus proveu o pão de hoje, amanhã Ele fará o mesmo.
Sim, esta pandemia está demorando muito. Sim, teremos de enfrentar um dia de cada vez. Podemos até ficar ansiosos em alguns momentos, e, às vezes, nossa fé também pode ser abalada. Mas, se isso ocorrer, temos de fazer aquilo que Jeremias nos propõe: “Trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lm 3:21). Lembrar de tudo o que Deus já fez em nós e por meio de nós não soluciona magicamente nossos problemas, mas acalma nosso coração, alimenta nossa esperança e nos dá as condições necessárias para rompermos em fé.
Que Deus nos ajude a controlarmos nossa ansiedade e a termos fé em Sua misericórdia, providência e amor. Lembre-se: vai passar!
Do amigo e pastor,
Tiago Valentin