O Coral e a pérola

Para quem gos­ta de expres­sar o seu lou­vor por meio da músi­ca, cer­ta­men­te é gra­ti­fi­can­te par­ti­ci­par de um afi­na­do coral, como o da Igre­ja Meto­dis­ta em Ita­be­ra­ba, cujo pro­pó­si­to é lou­var ao Senhor em cul­tos de ado­ra­ção. O resul­ta­do sem­pre é belo e agra­dá­vel. Mas dá tra­ba­lho. Leva tem­po esco­lher reper­tó­rio, ensai­ar exaus­ti­va­men­te, pas­sar e repas­sar vozes… E, quan­do tudo pare­ce estar bem, a regen­te, com seus ouvi­dos agu­ça­dos, cap­ta uma qua­se imper­cep­tí­vel desar­mo­nia, e lá vão todos nova­men­te para só “mais uma” pas­sa­da… pela ené­si­ma vez.

Faze­mos par­te de uma gera­ção de cris­tãos que se acos­tu­mou a ofe­re­cer a Deus ape­nas o que “é fácil”, ou que não exi­ge assim “mui­to” esfor­ço. Por isso, não serão mui­tos os que se dis­po­rão a fazê-lo roti­nei­ra­men­te duran­te um ano todo. Tal­vez por con­ta dis­so este­ja sen­do aban­do­na­da a arte do can­to coral na mai­o­ria das igre­jas de tra­di­ção protestante.

Con­tu­do, o Senhor da Igre­ja há 30 anos tem man­ti­do e pre­ser­va­do esse Coral, inte­gra­do por pes­so­as dis­pos­tas a se doar, a se entre­gar e a domi­ni­cal­men­te renun­ci­ar a algu­mas horas com a famí­lia com o úni­co pro­pó­si­to de ofer­tar a Deus o melhor de si mes­mas – e fazê-lo com excelência.

Foi exa­ta­men­te isso que fez o rei Davi quan­do dese­jou ofe­re­cer um holo­caus­to a Deus em ter­ras que não lhe per­ten­ci­am. O dono do ter­re­no lhe ofe­re­ceu o lugar gra­tui­ta­men­te, jun­to com todo o mate­ri­al neces­sá­rio. Davi recu­sou. A razão? “Não ofe­re­ce­rei ao Senhor, meu Deus, holo­caus­tos que não me cus­tem nada” (2 Sm 24:24).

O sal­mis­ta nos exor­ta: “Tan­gei com arte e com júbi­lo” (Sl 33:3). Tan­ger com arte sig­ni­fi­ca “tocar bem”, com téc­ni­ca, com vir­tu­o­si­da­de. Mas isso não é sufi­ci­en­te para agra­dar a Deus. Que seja tam­bém “com júbi­lo”, que, mais do que ale­gria, é a “unção” de alguém que está sin­to­ni­za­do com o Senhor. São esses ado­ra­do­res que Ele bus­ca para Si.

Vive­mos tem­pos de pro­du­ções musi­cais caras e vis­to­sas, que bus­cam agra­dar aos ouvi­dos de mui­ta gen­te. Con­tu­do, o essen­ci­al mes­mo é agra­dar ao úni­co ouvi­do que real­men­te impor­ta. Não é o aplau­so de mui­tos que con­ta, mas o aplau­so de Um só.

O Coral come­mo­ra suas bodas de péro­la! Você sabe como a péro­la é for­ma­da? Há um sofri­men­to. Há uma dor. Há algo “inco­mo­dan­do” den­tro da ostra. E quan­do isso ocor­re, ela pro­duz uma subs­tân­cia cha­ma­da nácar que vai cobrin­do aque­la feri­da, a qual pas­sa a cica­tri­zar com a for­ma­ção de uma pre­ci­o­sa péro­la. Há trin­ta anos essa péro­la tem sido for­ma­da no seio da Igre­ja Meto­dis­ta em Ita­be­ra­ba: péro­la de fide­li­da­de, de per­se­ve­ran­ça, de humil­da­de e obe­di­ên­cia ao Senhor.

Não sei que cha­ma­do Deus tem para você, mas de uma coi­sa eu sei: se o Espí­ri­to San­to lhe con­ce­deu uma voz que acei­ta se unir a outras, então cum­pra esse Seu cha­ma­do de todas as for­mas, em todo o tem­po e com todas as suas for­ças. Vai lhe cus­tar, sim. Ou você ofe­re­ce­ria a Deus o que não lhe cus­ta nada?

O Rei­no de Deus está sen­do esta­be­le­ci­do a cada dia, e somos cha­ma­dos a ser coo­pe­ra­do­res com Ele. Mas lem­bre-se sem­pre: a mais bela can­ção que pode­mos ento­ar a Deus é aque­la que está sen­do com­pos­ta atra­vés da nos­sa vida. Que ela seja agra­dá­vel a Ti, Senhor!

Para­béns, eter­no Coral da Igre­ja Meto­dis­ta em Itaberaba!

Pr. Daniel Rocha

Dani­el Rocha, pastor

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