Uma das expressões comportamentais mais admiráveis de Jesus é a Sua maturidade, que se revela na Sua capacidade de permanecer firme em Suas convicções. Pessoas maduras são estáveis e convictas, ou seja, as lutas vêm, as frustrações acontecem, as perdas se dão, mas quem é maduro absorve o choque, mantém-se firme e persevera na caminhada. Pessoas imaturas diante das lutas e dos revezes que a vida nos apresenta revoltam-se, rebelam-se, sentem-se injustiçadas e geralmente rompem com suas convicções e princípios, fugindo da realidade e das responsabilidades.
Conforme dito acima, Jesus é nossa referência também como um modelo de maturidade. Ele passou pelas mais diversas provas: possivelmente perdeu Seu pai terreno, José, quando ainda era criança; na Sua vida adulta, foi excluído por Seus amigos na cidade onde cresceu; era constantemente perseguido e hostilizado pelos fariseus; foi traído por um de Seus discípulos; mais uma vez foi abandonado por Seus amigos; e morreu como um bandido qualquer. Sim, Jesus teria todos os motivos do mundo para Se revoltar e romper com o propósito de Deus. Mas Ele entendeu, de forma madura, que todas as provas O estavam forjando e fortalecendo.
Deus é um pai amoroso e deseja ver Seus filhos e filhas prosperando e avançando em diferentes áreas da vida. Por isso, Ele nos prova, a fim de saber se estamos preparados para seguir os Seus planos. Deus quer e pode nos abençoar de muitas formas, inclusive com oportunidades, mas também sabe da importância de estarmos preparados para vivenciar certas coisas. Assim, passamos por provas para medir nossa resistência, paciência, coragem e maturidade. Uma vez aprovados, as portas e caminhos do Senhor se abrem para nós.
Frequentemente, é na hora das provações que questões mal resolvidas em nossa vida vêm à tona. E isso é ótimo, pois assim temos a chance de tratá-las e curá-las. Deus permite que a prova venha sobre nós para que nosso orgulho, vaidade, hipocrisia, teimosia, compulsão e tantos outros problemas sejam tratados. É como um copo d’água com resíduos no fundo. Enquanto ele está intacto, a sujeira permanece ali, “quietinha”. Mas, se alguém agitar o copo, a sujeira vai aparecer. Deus faz isso com a nossa vida, permitindo que as provações mexam com a nossa estrutura a fim de que sejamos tratados.
Alguém que passa por uma prova e é bem-sucedido será sempre um exemplo para os outros. Quando Deus nos prova não é diferente. Nossa vitória, nossa conquista e nosso amadurecimento servem de testemunho de que aquele que vive com Deus, ainda que passe por provas, pode resistir e, mais do que isso, sair delas melhor do que entrou. Quando somos provados e vencemos, nossa vida serve de testemunho para outras pessoas sobre o agir e o cuidado de Deus.
O princípio bíblico nos ensina que, seja a prova grande ou pequena, Deus não nos dá um fardo maior do que possamos suportar; e, mais do que isso, Ele próprio nos dá as respostas certas da prova para que possamos avançar e permanecer firmes.
Finalizo lembrando as sábias palavras do apóstolo Paulo: “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4:13–15).
Do amigo e pastor,
Tiago Valentin