Confesso: diferentemente das centenas de milhares de evangélicos dessa cidade, eu não fui na “Marcha”. Estava cansado de uma outra Marcha que tenho feito diariamente. E quão difícil é essa “marcha pra Jesus” no dia-a-dia, e não apenas uma vez ao ano. O quão difícil é marchar frente às dificuldades em um país profundamente injusto como o nosso, o quão difícil é marchar ao lado dos que padecem fome e necessidade, marchar junto dos que estão marcados pela vida como incapazes, marchar ao lado dos que sofrem discriminação, marchar ao lado dos que estão presos em crendices e superstições, marchar junto àqueles que perderam toda fé e esperança no “Deus do impossível”, marchar ao lado daqueles que não tem ninguém que os ouça pois todos estão muito ocupados com seus ativismos, marchar ao lado dos solitários e afastados do convívio fraterno da igreja…
Vamos marchar para Jesus, sempre, ininterruptamente, na solidão do ambiente de trabalho ou da escola, no convívio com o esposo não cristão, no convívio com a esposa ainda não convertida, numa vida piedosa e de exemplo para os filhos, parentes, amigos e vizinhos de tal forma que eles sejam atraídos como atraídos eram os não crentes em Jerusalém por causa de um cristianismo puro e simples, que não tinha marcha pelas ruas da cidade, mas “contavam com a simpatia de todo o povo, e enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2.47).
Pastor Daniel Rocha,
na marcha diária pra Jesus!