“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! Portanto, permanecei firmes e não vos sujeiteis outra vez a um jugo de escravidão” (Gálatas 5:1).
Essa exortação do apóstolo Paulo sempre me chama a atenção. Repare o que ele diz aos irmãos e irmãs da Galácia: vocês estão livres porque Jesus os libertou! O tradutor do texto para o português ainda fez questão de pontuar a frase com uma exclamação; ou seja, a informação é tão relevante e chamativa que merece ser destacada.
O apóstolo segue dizendo: “Portanto, já que vocês receberam essa dádiva, esse presente da parte do Senhor, fiquem firmes e não retrocedam, não abram mão da sua liberdade”. O chocante vem agora. Paulo diz que a forma de se perder a liberdade que nos foi dada por meio de Jesus é que nós mesmos aceitemos ou, como é o sentido que ele quer dar, que nós mesmos nos coloquemos novamente na posição de escravos. Ou seja, para Paulo o ser humano pode voluntariamente escolher ser um escravo ao invés de desfrutar da liberdade que o Senhor nos oferece. Inacreditável!
Jesus nos libertou da escravidão do pecado, mas também de tudo que nos impeça de acessar o perdão e a presença do Pai. Portanto, Jesus nos liberta do mal e de tudo que nos aprisiona a ele. Por isso, na sequência dos versículos do capítulo 6 da Carta aos Gálatas, Paulo repreende aqueles que querem impor a circuncisão aos convertidos e finaliza dizendo que não é a circuncisão ou a incircuncisão que tem valor, mas sim a fé em Jesus.
Paulo gasta um bom tempo da carta tratando desse tema porque não depender mais da lei e do sistema religioso que a sustentava relativizava principalmente o papel das autoridades religiosas daquele tempo, as quais, por sua vez, não queriam perder o controle sobre a vida e a fé das pessoas, pois isso resultaria na independência, na liberdade delas.
Por essa razão, Paulo recomenda aos convertidos que fiquem firmes e resistam a essas pressões, pois sujeitar-se a elas é abrir mão da liberdade a qual Jesus quer que desfrutemos. Penso que atualmente ainda existem pessoas que querem exercer poder e controle sobre os demais, mas agora as prisões são outras. Posso citar, por exemplo, o racionalismo, os sofismas e os relativismos. A fé está sob ataque dentro e fora dos templos. O que não pode ser racionalizado, o que é tido como verdade eterna e absoluta, deve ser questionado e, se possível, desprezado.
Contudo, cabe a cada um de nós permanecer firme. Está em nossas mãos a decisão entre nos submetermos ou não a qualquer tipo de jugo, a qualquer tipo de cabresto ideológico, doutrinário ou sistêmico. Seja livre para viver e expressar sua fé. Há sim muitos que querem colocar réguas e medidas sobre o que é ou não é de Deus. Contudo, nossa única regra de fé é a Palavra de Deus, na qual encontramos tudo para sermos salvos e livres.
Do amigo e pastor,
Tiago Valentin