Esperançar

Um dos gran­des desa­fi­os que todos esta­mos enfren­tan­do duran­te esta pan­de­mia é, cer­ta­men­te, o de não per­der a espe­ran­ça. Espe­ci­al­men­te ago­ra, quan­do come­ça­mos a obser­var uma leve dimi­nui­ção no nível de con­tá­gio do coro­na­ví­rus, pre­ci­sa­mos des­se sen­ti­men­to que nos moti­va e nos leva além. Mas como man­ter a espe­ran­ça num cená­rio tão adverso?

Como se não bas­tas­sem o fla­ge­lo em si e todos os seus ris­cos à saú­de e à vida, o cená­rio pan­dê­mi­co afe­ta a eco­no­mia, a polí­ti­ca, os empre­gos, a mora­dia e a jus­ti­ça soci­al. Com­pre­en­do que mui­tas vezes somos toma­dos pela frus­tra­ção, pela decep­ção e pelo desen­can­to com a soci­e­da­de, com as auto­ri­da­des e com a pró­pria huma­ni­da­de. Con­tu­do, para nós cris­tãos não deve­ria ser tão difí­cil assim acre­di­tar que as coi­sas podem melho­rar e que é pos­sí­vel, sim, viver­mos num mun­do melhor.

Digo isso por­que cre­mos em algo que pode ser con­si­de­ra­do (e, na ver­da­de, o é por mui­tas pes­so­as) como uma uto­pia, que é o Rei­no de Deus. Com base na men­sa­gem de Jesus, o úni­co que não nos frus­tra com Suas pro­mes­sas, nós cris­tãos somos desa­fi­a­dos a crer que o Rei­no de Deus, como está des­cri­to e pro­pos­to na Pala­vra, é real. O Evan­ge­lho nos anun­cia e nos pro­por­ci­o­na uma sal­va­ção inte­gral, trans­for­ma­do­ra e irre­ver­sí­vel, um sen­ti­men­to, uma con­vic­ção, um modo de viver e enca­rar a vida que nos colo­cam no céu antes de irmos para lá. Nas pala­vras do após­to­lo Pau­lo, um Rei­no de ple­na paz, jus­ti­ça e ale­gria (Rm 14:17). Sim, uma uto­pia que nos impõe um requi­si­to indis­pen­sá­vel para crer que será pos­sí­vel: a fé.

Tal­vez seja difí­cil acre­di­tar que a eco­no­mia vai melho­rar e que have­rá mais jus­ti­ça e igual­da­de. Fica difí­cil tam­bém ter espe­ran­ça de que a pan­de­mia vai aca­bar quan­do sabe­mos que a solu­ção mais efe­ti­va será a vaci­na, a qual, na melhor das hipó­te­ses, esta­rá dis­po­ní­vel somen­te daqui a seis meses. Por isso, deve­mos dar um pas­so de fé na dire­ção daqui­lo que nos dá espe­ran­ça: viver o Rei­no de Deus. O Evan­ge­lho, base legal, cul­tu­ral, polí­ti­ca, econô­mi­ca e soci­al des­se Rei­no, é a men­sa­gem em que cre­mos e a qual anun­ci­a­mos – uma men­sa­gem de esperança!

Se que­re­mos con­tri­buir efe­ti­va­men­te para tor­nar o mun­do um lugar melhor, não pode­mos depo­si­tar nos­sa espe­ran­ça em sis­te­mas polí­ti­cos, econô­mi­cos ou ide­o­ló­gi­cos, nem pro­je­tar nos­sas expec­ta­ti­vas nas pes­so­as, que são sus­ce­tí­veis a falhas e que­das. Pre­ci­sa­mos, sim, come­çar a viver e a pra­ti­car hoje o que Jesus nos ensi­nou. Por mais utó­pi­co que pos­sa pare­cer, é nis­so que nós acre­di­ta­mos: num Rei­no de paz, jus­ti­ça e ale­gria sina­li­za­do e con­so­li­da­do dia a dia por nós cristãos.

Somos desa­fi­a­dos a espe­ran­çar o mun­do com a pre­ga­ção e a vivên­cia do Evan­ge­lho. Somos desa­fi­a­dos a não só ter espe­ran­ça, mas tam­bém espe­ran­çar outras pes­so­as com a men­sa­gem de que, sim, as coi­sas vão melhorar.

Do ami­go e pastor,

Pr Tiago Valentim

Tia­go Valentin

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