Não perca a esperança

Luz da esperança

O con­tex­to polí­ti­co, econô­mi­co e reli­gi­o­so no qual Jesus nas­ceu era mar­ca­do pela deses­pe­ran­ça. As auto­ri­da­des roma­nas e judai­cas havi­am cri­a­do um intrin­ca­do e com­ple­xo “sis­te­ma de gover­no” mar­ca­do pela cor­rup­ção, extor­são e opres­são. A desi­gual­da­de soci­al era gri­tan­te – mui­tos com pou­co e pou­cos com mui­to –, e a reli­gião e o tem­plo, que deve­ri­am ser as últi­mas trin­chei­ras de defe­sa da tra­di­ção, da fé e da espe­ran­ça do povo, se cor­rom­pe­ram, se ven­de­ram para sus­ten­tar uma cas­ta pri­vi­le­gi­a­da de reli­gi­o­sos. Pode­ría­mos, quem sabe, fazer um para­le­lo com a rea­li­da­de bra­si­lei­ra atu­al; afi­nal, as seme­lhan­ças não são pou­cas com os tem­pos de Jesus, prin­ci­pal­men­te pelo fato de que a deses­pe­ran­ça tem toma­do con­ta dos cora­ções de todos.

Con­tu­do, esta­mos viven­do um perío­do, que é o do Adven­to, no qual somos con­vi­da­dos a revi­ver a espe­ran­ça den­tro de nós. Para nós cris­tãos, esse é o tem­po de pre­pa­ra­ção para a vin­da do Senhor. Por isso, não há dúvi­da quan­to ao seu sig­ni­fi­ca­do: o Adven­to sur­ge como perío­do de pre­pa­ra­ção para a cele­bra­ção do Natal, ou seja, é o tem­po em que a Igre­ja se pre­pa­ra para come­mo­rar o nas­ci­men­to de Jesus Cris­to, par­ti­lhan­do a fé e a espe­ran­ça do povo nas pro­mes­sas de Deus, enquan­to, ao mes­mo tem­po, aguar­da o Seu retorno.

A impor­tân­cia do Adven­to como fes­ta de pre­pa­ra­ção para a vin­da do Senhor resi­de em sua espi­ri­tu­a­li­da­de. Essa espi­ri­tu­a­li­da­de é mar­ca­da pela espe­ran­ça e pelo aguar­do do Mes­si­as pro­me­ti­do, pela fé na con­cre­ti­za­ção da pro­mes­sa, pelo amor que se demons­tra com a che­ga­da do Mes­si­as e pela paz por Ele anun­ci­a­da e tor­na­da plena.

No Adven­to, toda a Igre­ja é cha­ma­da a viver a vir­tu­de da espe­ran­ça. Esse perío­do pro­cu­ra edu­car-nos para ser­mos for­tes e paci­en­tes, acei­tan­do a hora da pro­va­ção e a len­ti­dão no desen­vol­vi­men­to do Rei­no – uma espe­ran­ça que con­fia no Senhor.

Em tem­pos de cri­se e incer­te­zas soci­ais, econô­mi­cas e polí­ti­cas, o que mais pre­ci­sa­mos cul­ti­var é a espe­ran­ça. Mas não uma espe­ran­ça que resi­da em coi­sas efê­me­ras e fini­tas, e sim na reden­ção que já se faz pre­sen­te e na que está por vir.

Ao olhar­mos para a man­je­dou­ra ain­da “vazia”, temos a espe­ran­ça de que, nas pró­xi­mas sema­nas, ela será pre­en­chi­da com poder, gló­ria, majes­ta­de, e tam­bém sim­pli­ci­da­de, sub­mis­são e renún­cia – tudo isso na figu­ra sin­ge­la e frá­gil de um bebe­zi­nho Rei.

Que nes­te tem­po de Adven­to o Senhor pos­sa pre­pa­rar nos­so espí­ri­to, reno­van­do em nós a espe­ran­ça de dias melho­res, de novas opor­tu­ni­da­des, de novas por­tas se abrin­do para nós e para todos que cla­ma­mos por reden­ção! Por isso, não per­ca a espe­ran­ça, por­que Ele já nasceu!

Do ami­go e pastor,

Pr Tiago Valentim

Tia­go Valentin

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