Você já ouviu a voz do Diabo? A pergunta parece pesada e até estranha, mas a resposta para ela é muito mais simples do que você pode imaginar. Isso porque todos nós podemos dizer: sim, já ouvimos a voz do Diabo! Irmãos e irmãs, todas as vezes em que ouvimos uma fofoca, estamos ouvindo nítida e claramente a voz maligna, covarde e mortífera do Diabo.
A fofoca, ou o ato de falar mal de uma pessoa sem que ela saiba que estão fazendo isso, permeia todas as áreas de nossa vida, seja no âmbito familiar, no qual é muito comum a falação sobre determinado cunhado, primo ou sogra que desagrada a alguns, seja no âmbito profissional, em que não há nada mais banal do que falar mal do patrão ou do chefe. O risco é a vítima da fofoca descobrir. O resultado para o fofoqueiro seria, sem dúvida, uma demissão por justa causa. Assim acontece na vizinhança, na escola, no círculo de amizade. Mas o triste mesmo é termos de confessar que isso acontece também na igreja.
Fofoca na igreja? Sim, ela existe, na nossa e em todas as outras, porque a igreja é composta de pessoas e o ato de fofocar é tão antigo quanto a própria humanidade. A fofoca é resultado de problemas mais sérios que acometem as pessoas. Podemos citar, entre eles, a insegurança. Pessoas inseguras tendem a fofocar, pois vale a velha máxima de que “a melhor defesa é o ataque”. Um indivíduo inseguro pensa que alguém está o tempo todo querendo superá-lo e a maneira de se defender que ele encontra é denegrindo e levantando suspeitas sobre quem é considerado(a) uma ameaça.
Outro problema é a covardia. Pessoas covardes não têm a coragem de falar o que pensam diretamente com quem é alvo de seus pensamentos. Assim, o caminho mais fácil e escuso é o da fofoca.
Uma terceira motivação para a fofoca é a mera maldade das pessoas. Podemos até suspeitar que se trate de uma patologia. Aliás, alguns estudos na área da psicanálise já comprovaram que a prática da maldade provoca em algumas pessoas a sensação de prazer. Infelizmente, falar mal dos outros é prazeroso para alguns. Por isso, a fofoca é a voz do Diabo, pois ele é o maior interessado em causar discórdia, destruição, desunião e morte entre as pessoas, especialmente dentro da igreja.
Como pastor, eu não só repudio e condeno a prática da fofoca como tenho orientado nossa comunidade a ter uma vida íntegra, santificada e consagrada ao Senhor. Temos buscado também aliar ao nosso discurso uma prática condizente com todos esses princípios. Por outro lado, tenho alertado que contar fatos ou discutir questões com o pastor que envolva outras pessoas nunca é fazer fofoca, pois a nós pastores foi delegada a difícil tarefa de ajudar a comunidade a solucionar seus conflitos e possíveis desajustes. Meu irmão, minha irmã, não aceite ouvir a voz do Diabo nos corredores da igreja e muito menos permita que ele use sua boca para falar e gerar morte no nosso meio. Seja boca de Deus e só fale palavras de vida, e vida eterna!
Com carinho e estima pastoral,
Pr. Tiago Valentin