Aprovados por Deus

Todos nós que­re­mos ser apro­va­dos no que somos ou faze­mos. Dese­ja­mos a um jul­ga­men­to favo­rá­vel, o “cer­ti­fi­ca­do de apti­dão” de bom pai ou boa mãe, bom filho, bom fun­ci­o­ná­rio, bom alu­no, bom pas­tor… Que­re­mos que o outro nos apro­ve na área ou no papel da vida que esta­mos desem­pe­nhan­do. O dese­jo de apro­va­ção faz par­te do nos­so coti­di­a­no. Para aque­les que estão estu­dan­do, a expec­ta­ti­va do fim do semes­tre ou do ano é sem­pre pela apro­va­ção; aque­le que está fler­tan­do com alguém espe­ra ser apro­va­do e ouvir um “sim”; aque­le que bus­ca um empre­go espe­ra a apro­va­ção no pro­ces­so de sele­ção; quem tra­ba­lha tem a expec­ta­ti­va de cres­cer e pro­gre­dir e, para isso, pre­ci­sa da apro­va­ção do che­fe; e assim por diante.

Como pode­mos ver, a neces­si­da­de de apro­va­ção faz par­te da vida. O que não pode­mos per­mi­tir é que isso se tor­ne um obses­são. Ao bus­car­mos a apro­va­ção do outro o tem­po todo, seja em que área for, mui­tas vezes dei­xa­mos de expres­sar, fazer e ser quem somos de ver­da­de. Com o intui­to de agra­dar o outro, abri­mos mão dos nos­sos gos­tos, das nos­sas opi­niões, do nos­so modo de ser, dos nos­sos valo­res e até da nos­sa fé.

A cau­sa des­sa obses­são por apro­va­ção pode ter diver­sos fun­dos, mas o mais sério deles é que, se não enten­der­mos e acei­tar­mos que somos apro­va­dos por Deus, sem­pre nos enxer­ga­re­mos de manei­ra des­tor­ci­da. Sen­ti­men­tos como a infe­ri­o­ri­da­de, a inse­gu­ran­ça e a insa­tis­fa­ção toma­rão con­ta da nos­sa vida e nos esque­ce­re­mos de que, “antes, impor­ta obe­de­cer [agra­dar] a Deus do que aos homens” (At 5:29).

Não esta­mos dizen­do que não temos de nos impor­tar com a opi­nião daque­les que con­vi­vem conos­co e ado­tar o pen­sa­men­to mun­da­no e peca­mi­no­so de “cada um com seus pro­ble­mas”. A opi­nião de quem nos ama, impor­ta-se conos­co e nos res­pei­ta de ver­da­de sem­pre é bem-vin­da. Con­tu­do, por mais bem-inten­ci­o­na­dos que sejam os con­se­lhos e crí­ti­cas dados pelas pes­so­as, não pode­mos nos esque­cer de que “pes­so­as” são imper­fei­tas e têm uma visão limi­ta­da por essa imper­fei­ção. Mas Deus, que é per­fei­to, tem a visão cor­re­ta a nos­so res­pei­to. Por isso, é n’Ele que deve­mos bus­car nos­sa ver­da­dei­ra apro­va­ção. “Não con­si­de­re sua apa­rên­cia nem sua altu­ra, pois eu o rejei­tei. O Senhor não vê como o homem: o homem vê a apa­rên­cia, mas o Senhor vê o cora­ção” (1Sm 16:7). Em últi­ma aná­li­se, todos nós já fomos apro­va­dos por Deus medi­an­te Sua gra­ça e misericórdia.

Um filho pre­ci­sa da apro­va­ção de seus pais, um fun­ci­o­ná­rio pre­ci­sa da apro­va­ção do che­fe, um alu­no pre­ci­sa da apro­va­ção de seus pro­fes­so­res, mas a apro­va­ção mai­or vem de Deus. Ele, mais do que nin­guém, sabe quais são nos­sos valo­res, qua­li­da­des e con­vic­ções e tem o poder final de dizer o que está apro­va­do ou desa­pro­va­do em nos­sas vidas. Pois, quan­do Deus nos sina­li­za algo erra­do, Ele tam­bém nos dá as con­di­ções e a for­ça neces­sá­ria para nos aper­fei­ço­ar­mos. Como comu­ni­da­de de fé, deve­mos reco­nhe­cer e valo­ri­zar os dife­ren­tes dons e cha­ma­dos que são con­ce­di­dos a todos nós, mas nos­so cora­ção deve estar vol­ta­do e cen­tra­do pri­mei­ra­men­te n’Aquele que voca­ci­o­na a todos: o Senhor da Igre­ja. Que pos­sa­mos nos olhar com os olhos de Deus para enxer­gar nos­so ver­da­dei­ro valor.

Pr Tiago Valentim

Com cari­nho e esti­ma pastoral,
Pr. Tia­go Valentin

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