“E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28:20b).
Por diversas vezes em Seu ministério, Jesus reiterou uma promessa: Ele iria partir, mas Seus discípulos não seriam abandonados. No capítulo 14 do Evangelho de João, Ele diz que iria para o Pai, mas enviaria o Consolador. Já nos últimos dias em que esteve com os discípulos, disse que eles deveriam permanecer em Jerusalém até que a promessa se cumprisse, até que o Espírito fosse derramado (Atos 1). Foi isso que Jesus quis dizer quando confortou Seus discípulos anunciando que eles nunca estariam sozinhos, que Ele estaria sempre ao seu lado e que isso se daria pela presença do Espírito Santo.
Hoje, 50 dias depois da Páscoa, celebramos, no calendário cristão, o Dia de Pentecostes. No judaísmo, comemorava-se nessa data o sucesso pela colheita anual. Mas, com Jesus, esse dia passou a ser associado ao cumprimento da promessa da vinda do Consolador. Após 50 dias da ressurreição de Cristo, os discípulos reunidos em Jerusalém aguardavam o cumprimento dessa promessa enquanto ocorria a festa de Pentecostes. Eles oravam num cenáculo quando o Espírito Santo se manifestou. A promessa se cumpriu. Os discípulos que estavam em Jerusalém e os de hoje podem viver sem o sentimento de solidão.
Essa promessa que se cumpriu no Dia de Pentecostes é a garantia de que até podemos estar sozinhos, mas nunca estaremos solitários. Muitas pessoas se sentem solitárias até mesmo quando estão em lugares onde há grande concentração de pessoas, como um shopping ou uma estação de metrô. Há também quem se sinta solitário dentro de casa ou até na igreja. Quando alguém convive com outras pessoas, sejam elas íntimas ou distantes, e acaba se sentindo solitário, é porque, na verdade, não é o ambiente que está vazio, mas sim o seu interior.
O Espírito Santo, entre outras coisas, preenche nosso interior, dando-nos a consciência de que somos filhos e filhas de um Pai amoroso: “Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temerem, mas receberam o Espírito que os torna filhos por adoção, por meio do qual clamamos: ‘Aba, Pai’. O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8:15–16).
Por isso, quando o Espírito Santo é derramado sobre nossas vidas e começa a agir em nós, podemos até eventualmente estar sozinhos, mas mesmo assim não nos sentimos solitários, pois temos a fé de que Deus está cuidando das nossas vidas como um Papai (Aba) carinhoso e atencioso. O Espírito Santo nos traz a consciência de que somos filhos e filhas de Deus e, portanto, temos muitos irmãos e um Pai com quem podemos contar.
Que neste Dia de Pentecostes o Senhor renove em sua vida a consciência de que você e Ele são maioria! Há muitas circunstâncias na vida, algumas delas opcionais, outras não, que nos levam a estar sozinhos. Em primeiro lugar, devemos desmistificar essa visão negativa do “estar sozinho”; na verdade, é até salutar termos momentos para ficar a sós. Em segundo lugar, estar sozinho não significa que estamos abandonados, isolados ou esquecidos, pois, sozinhos no deserto ou em meio a uma multidão, o Espírito Santo sempre estará conosco, e isso até a consumação dos séculos!
Do amigo e pastor,
Tiago Valentin