Sozinho sim, solitário jamais

E eis que estou con­vos­co todos os dias, até a con­su­ma­ção dos sécu­los” (Mateus 28:20b).

Pen­te­cost”, por Jen­ni­fer Allison

Por diver­sas vezes em Seu minis­té­rio, Jesus rei­te­rou uma pro­mes­sa: Ele iria par­tir, mas Seus dis­cí­pu­los não seri­am aban­do­na­dos. No capí­tu­lo 14 do Evan­ge­lho de João, Ele diz que iria para o Pai, mas envi­a­ria o Con­so­la­dor. Já nos últi­mos dias em que este­ve com os dis­cí­pu­los, dis­se que eles deve­ri­am per­ma­ne­cer em Jeru­sa­lém até que a pro­mes­sa se cum­pris­se, até que o Espí­ri­to fos­se der­ra­ma­do (Atos 1). Foi isso que Jesus quis dizer quan­do con­for­tou Seus dis­cí­pu­los anun­ci­an­do que eles nun­ca esta­ri­am sozi­nhos, que Ele esta­ria sem­pre ao seu lado e que isso se daria pela pre­sen­ça do Espí­ri­to Santo.

Hoje, 50 dias depois da Pás­coa, cele­bra­mos, no calen­dá­rio cris­tão, o Dia de Pen­te­cos­tes. No judaís­mo, come­mo­ra­va-se nes­sa data o suces­so pela colhei­ta anu­al. Mas, com Jesus, esse dia pas­sou a ser asso­ci­a­do ao cum­pri­men­to da pro­mes­sa da vin­da do Con­so­la­dor. Após 50 dias da res­sur­rei­ção de Cris­to, os dis­cí­pu­los reu­ni­dos em Jeru­sa­lém aguar­da­vam o cum­pri­men­to des­sa pro­mes­sa enquan­to ocor­ria a fes­ta de Pen­te­cos­tes. Eles ora­vam num cená­cu­lo quan­do o Espí­ri­to San­to se mani­fes­tou. A pro­mes­sa se cum­priu. Os dis­cí­pu­los que esta­vam em Jeru­sa­lém e os de hoje podem viver sem o sen­ti­men­to de solidão.

Essa pro­mes­sa que se cum­priu no Dia de Pen­te­cos­tes é a garan­tia de que até pode­mos estar sozi­nhos, mas nun­ca esta­re­mos soli­tá­ri­os. Mui­tas pes­so­as se sen­tem soli­tá­ri­as até mes­mo quan­do estão em luga­res onde há gran­de con­cen­tra­ção de pes­so­as, como um shop­ping ou uma esta­ção de metrô. Há tam­bém quem se sin­ta soli­tá­rio den­tro de casa ou até na igre­ja. Quan­do alguém con­vi­ve com outras pes­so­as, sejam elas ínti­mas ou dis­tan­tes, e aca­ba se sen­tin­do soli­tá­rio, é por­que, na ver­da­de, não é o ambi­en­te que está vazio, mas sim o seu interior.

O Espí­ri­to San­to, entre outras coi­sas, pre­en­che nos­so inte­ri­or, dan­do-nos a cons­ci­ên­cia de que somos filhos e filhas de um Pai amo­ro­so: “Pois vocês não rece­be­ram um espí­ri­to que os escra­vi­ze para nova­men­te teme­rem, mas rece­be­ram o Espí­ri­to que os tor­na filhos por ado­ção, por meio do qual cla­ma­mos: ‘Aba, Pai’. O pró­prio Espí­ri­to tes­te­mu­nha ao nos­so espí­ri­to que somos filhos de Deus” (Rm 8:15–16).

Por isso, quan­do o Espí­ri­to San­to é der­ra­ma­do sobre nos­sas vidas e come­ça a agir em nós, pode­mos até even­tu­al­men­te estar sozi­nhos, mas mes­mo assim não nos sen­ti­mos soli­tá­ri­os, pois temos a fé de que Deus está cui­dan­do das nos­sas vidas como um Papai (Aba) cari­nho­so e aten­ci­o­so. O Espí­ri­to San­to nos traz a cons­ci­ên­cia de que somos filhos e filhas de Deus e, por­tan­to, temos mui­tos irmãos e um Pai com quem pode­mos contar.

Que nes­te Dia de Pen­te­cos­tes o Senhor reno­ve em sua vida a cons­ci­ên­cia de que você e Ele são mai­o­ria! Há mui­tas cir­cuns­tân­ci­as na vida, algu­mas delas opci­o­nais, outras não, que nos levam a estar sozi­nhos. Em pri­mei­ro lugar, deve­mos des­mis­ti­fi­car essa visão nega­ti­va do “estar sozi­nho”; na ver­da­de, é até salu­tar ter­mos momen­tos para ficar a sós. Em segun­do lugar, estar sozi­nho não sig­ni­fi­ca que esta­mos aban­do­na­dos, iso­la­dos ou esque­ci­dos, pois, sozi­nhos no deser­to ou em meio a uma mul­ti­dão, o Espí­ri­to San­to sem­pre esta­rá conos­co, e isso até a con­su­ma­ção dos séculos!

Do ami­go e pastor,

Pr Tiago Valentim

Tia­go Valentin

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