“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo. 14.6)
A afirmativa que serve de título para esta breve pastoral pode ser rotulada por alguns de absolutista, ou até de fundamentalista. Mas ela é o fundamento da fé cristã, que afirma ser Jesus o nosso único e suficiente salvador, e nem antes, nem depois Dele haverá outro. Volta e meia ouvimos a expressão “todos os caminhos levam a Deus”. Essa é uma meia verdade. Deus realmente está em todos os caminhos – afinal, Ele está em todos os lugares. Mas há um único caminho que nos leva a Ele: Jesus.
Precisamos ter mais zelo e dar mais valor àquilo que é a nossa base de fé e prática. Jesus é categórico ao afirmar para Tomé, na passagem do evangelho de João, que ele é o caminho=meio e que, pela verdade=Palavra, temos acesso ao Pai que nos dá a vida=Vida Eterna. Muitas vezes vemos as instituições, a religião e até as pessoas querendo criar sua própria verdade e ser o caminho da salvação.
Fora a incorrência em grave erro doutrinário nessa atitude de se colocar no lugar de Jesus como mediador entre nós e Deus, sempre faltará àqueles que querem tomar o lugar de Cristo algo inexplicável, insondável e intangível, que é a Graça de Deus. A tendência das pessoas e das instituições é burocratizar e limitar o acesso gratuito a Deus, acesso esse pago por um preço que nada nem ninguém seria capaz de oferecer – e por isso a salvação é de graça.
Os críticos religiosos podem até dizer que esse pensamento é baseado num sistema exclusivista. Contudo, não há nada mais inclusivo do que a Graça de Deus: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3.16). Certamente, tamanho amor é exclusivo de Deus; não há registro na história da humanidade de nenhuma divindade ou pessoa humana que tenha demonstrado amor tão grande.
Podemos e precisamos afirmar, com toda convicção, que só Jesus salva, pois ele é o único que nos confere acesso ao Pai. Não temos mérito nenhum por essa dádiva e tampouco dependemos de normas ou rituais para sermos salvos. “O homem é justificado pela fé” (Rm. 3.28); a nós só nos cabe crer nessa Graça maravilhosa que vem de Deus.
Que possamos testemunhar e anunciar a maravilhosa mensagem libertadora de que, por amor a todos nós, Cristo se entregou gratuitamente para que, mediante a Graça, pudéssemos nos reconciliar com o Pai e sermos um com Ele. Que Deus assim nos abençoe e nos agracie sempre!
Na Graça e no Amor de Cristo,
Rev. Tiago Valentin