Somos chamados a viver em santidade e isso implica buscar viver longe do pecado, até mesmo da aparência dele. Contudo, como a própria Palavra de Deus afirma, o mundo jaz no maligno (1 Jo 5:19), ou seja, o contexto, o cenário e as circunstâncias estão impregnadas de pecado. Mas nós não “somos do mundo” (Jo 15:19), pois fomos separados (santificados), lavados e comprados por Jesus.
Entretanto, ainda que não sejamos do mundo, vivemos nele e temos de conviver com diversas situações que podem nos levar a pecar – as chamadas tentações. Pois bem, se somos chamados a viver em santidade, separados por Deus e para Deus, como não nos conformarmos (= tomarmos a forma) ao mundo? Como resistir às tentações?
O primeiro e fundamental passo é termos humildade para reconhecer nossa condição limitada e frágil, assim como fez o apóstolo Paulo: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço” (Rm 7:18–19). Paulo admite que muitas vezes sua vontade humana, sua carne, cede às tentações que o levam a pecar, a fazer aquilo que ele não quer.
Paulo foi muito humilde. Afinal, era um homem excepcional sob vários aspectos, mas reconheceu sua frágil humanidade e incapacidade de resistir sempre às tentações. Nossa humildade deve ir na direção de que também precisamos reconhecer nossa fraqueza para conseguir dizer não ao pecado. Só com humildade podemos admitir que há pessoas, lugares e hábitos que, se não forem evitados, podem nos levar a pecar.
Nossa prepotência é nosso maior inimigo. É quando achamos que apenas por nossa força ou vontade somos capazes de resistir. É certo que, para algumas pessoas, somente a força e a vontade são suficientes para resistir a uma tentação, mas para muitas pessoas a melhor alternativa é não se colocar em situações de risco. Ou seja, se certas pessoas levam você a pecar, evite-as; se algum lugar que você frequenta favorece o pecado, não vá mais lá; se há hábitos que conduzem você ao pecado, deixe-os o quanto antes.
Não há nada de errado em reconhecer que temos limites. Ser fraco não é pecado, mas fingirmos que somos fortes pode sim nos levar ao pecado. Nossa confiança não deve estar em nós mesmos, no nosso autocontrole, na nossa santidade, como a própria Palavra nos alerta. Para cairmos, basta estarmos de pé. Por isso, todo cuidado é pouco!
Resistindo as tentações,
Pr. Tiago Valentin