Unidos para que o mundo creia

O desa­fio que nós cris­tãos enfren­ta­mos não é nada fácil: temos de remar con­tra a maré; temos de fazer opo­si­ção; temos de ser o con­tra­pon­to, uma vez que fomos com­pra­dos pelo san­gue do Cor­dei­ro e nos tor­na­mos pro­pri­e­da­de exclu­si­va e nação san­ta do Senhor; temos de remar con­tra o rela­ti­vis­mo da soci­e­da­de; temos de fazer opo­si­ção a todo sinal de mor­te pre­sen­te na exis­tên­cia das pes­so­as e nas estru­tu­ras em que esta­mos inse­ri­dos; temos de ser o con­tra­pon­to de um mun­do total­men­te detur­pa­do em rela­ção ao pro­je­to de Deus.

Uma das prin­ci­pais mar­cas do nos­so tem­po é, tal­vez, o indi­vi­du­a­lis­mo, que resul­ta em desu­nião. A gran­de mai­o­ria das pes­so­as está mui­to mais inte­res­sa­da em seu pró­prio bem do que no bem do seu pró­xi­mo. Elas fazem de tudo para alcan­çar seus obje­ti­vos, mes­mo que esse “tudo” inclua pre­ju­di­car alguém. As pes­so­as têm difi­cul­da­de em con­fi­ar umas nas outras. Não sabem mais o que é fide­li­da­de, altruís­mo e fra­ter­ni­da­de. Por isso, quem deci­de viver inte­gral­men­te com Cris­to colo­ca-se natu­ral­men­te como opo­si­tor a esse cená­rio, pois o minis­té­rio de Jesus foi mar­ca­do pela tole­rân­cia, pela inclu­são e, sobre­tu­do, pela comunhão.

Já ouvi algu­mas vezes rela­to de pes­so­as recém-che­ga­das à igre­ja dizen­do que o que mais cha­mou sua aten­ção foi a for­ma como os irmãos se tra­tam, um rela­ci­o­na­men­to mar­ca­do pela ale­gria, pela ami­za­de, pela cum­pli­ci­da­de e, prin­ci­pal­men­te, pelo amor. Por isso, Jesus des­ta­cou que a união seria um ele­men­to deter­mi­nan­te para que toda pre­ga­ção sobre quem é Deus dei­xas­se de ser teó­ri­ca e se trans­for­mas­se em algo con­cre­to e coerente.

Na ora­ção sacer­do­tal, no capí­tu­lo 17 do evan­ge­lho de João, Jesus está escla­re­cen­do mais uma vez o obje­ti­vo do Seu minis­té­rio e tam­bém qual era Sua expec­ta­ti­va em rela­ção a quem O esta­va seguin­do e de quem viria a segui-Lo no futu­ro: “Não rogo somen­te por estes, mas tam­bém por aque­les que vie­rem a crer em mim” (Jo 17:20).

Den­tre essas reco­men­da­ções, Jesus des­ta­ca a impor­tân­cia da união, dizen­do: “[Rogo-te] a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, tam­bém sejam eles em nós; para que o mun­do creia que tu me envi­as­te” (Jo 17:21). Em outras pala­vras, Jesus está dizen­do que, assim como está uni­do ao Pai, Ele dese­ja que nós tam­bém este­ja­mos uni­dos a Ele e entre nós, pois assim nos­sa união com Deus ser­vi­rá de tes­te­mu­nho e evi­dên­cia de que, de fato, Jesus veio ao mun­do para salvá-lo.

Se a fal­ta de união no mun­do é uma evi­dên­cia do peca­do, a união de quem vive com Cris­to é a pro­va da gra­ça de Deus. Nos­sa união, enquan­to comu­ni­da­de fé, enquan­to famí­lia e tam­bém enquan­to casais, glo­ri­fi­ca o nome de Deus e sina­li­za Seu amor. Somos cha­ma­dos a supe­rar nos­sas dife­ren­ças e até as desa­ven­ças, tan­to para que pos­sa­mos viver bem e em paz quan­to, prin­ci­pal­men­te, por­que assim sere­mos um ver­da­dei­ro con­tra­pon­to àqui­lo que vemos por aí afora.

Pre­ci­sa­mos ser dife­ren­tes e fazer a dife­ren­ça, a tem­po e fora de tem­po. E mui­tas vezes não será neces­sá­rio fazer­mos nada além de ficar­mos jun­tos, bem jun­ti­nhos, nos aju­dan­do, apoi­an­do e aman­do, para que assim o mun­do creia.

Pr Tiago Valentim

Bus­can­do a uni­da­de do Senhor,
Pr. Tia­go Valentin

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