Algumas vezes fazemos essa pergunta para nós mesmos, porque temos a impressão de que certas coisas só acontecem conosco. Supostamente, determinadas coisas, por algum motivo inexplicável, só aconteceriam com certas pessoas. É evidente que tal suposição não tem base lógica alguma. não há uma justificação para afirmar que coisas indesejadas aconteçam exclusivamente com uma ou outra pessoa.
Enquanto estivermos vivendo neste mundo, todos(as), sem exceção, estamos suscetíveis a enfrentar situações desafiadoras que, muitas vezes, não foram provocadas por nós e, além disso, fogem completamente do nosso controle. Por isso, às vezes, como uma espécie de autodefesa ou autocomiseração, nós nos colocamos na posição de desafortunado, coitadinho ou, simplesmente, pé frio! Contudo, agir dessa maneira não ajuda em nada a resolver o problema. A única forma de encarar uma situação é enfrentá-la de fato. Mas acabamos tomando o caminho mais curto, que é, sem dúvida, reclamar e perguntar ao cosmos por que isso ou aquilo só acontece comigo.
Vamos aqui pensar em algumas posturas que podem nos ajudar a não pensar nem agir como “coitadinhos”:
1. Quem vive com Cristo naturalmente já é um vencedor. Temos lutas e dificuldades a enfrentar. Para algumas delas teremos êxito em encontrar uma solução, mas para outras, não. Vamos perder, sim, vamos ficar no prejuízo, sim. Como podemos ser vencedores, então? Acontece que nossa vitória não é circunstancial ou temporal. Ao nos dar a vida eterna, Cristo deu uma razão para a nossa existência que vai ter sua plenitude na glória. Nenhuma derrota terrena ou humana poderá alterar a vitória da salvação!
2. Sempre haverá alguém com problema igual ou maior que o nosso. Temos a tendência de supervalorizar os problemas, transformando-os em únicos ou inigualáveis. Mas o homem e a mulher são seres finitos, sejam ricos ou pobres, jovens ou velhos, de “boa família” ou “sem nome”, humildes ou poderosos. Portanto, os dramas e necessidades humanos só mudam de endereço e de intensidade. Todos somos carentes de paz, segurança e equilíbrio. Em Lucas 8, lemos que os discípulos entraram em crise quando Jesus interrompeu sua caminhada até a casa de Jairo para curar a filha dele, que estava à morte, só por causa de uma mulher doente que tocou suas vestes pedindo cura. Mas, para Jesus, ambas precisavam de ajuda e nenhum dos problemas era mais ou menos grave do que o outro, pois ambos eram merecedores da graça do Senhor.
3. Disponha-se a ajudar quem tem problemas. Nossos problemas são minimizados quando olhamos à nossa volta e vemos a necessidade do nosso próximo. Ela pode ser maior ou menor do que a nossa, não importa, mas nosso problema deixa de ser o “único”. Quando estamos ocupados dando apoio, socorrendo e cuidando de quem sofre, nossos problemas ganham outra proporção. Ajudar a quem precisa de auxílio nos lembra que o nosso Ajudador age constantemente em nosso favor. “O Senhor é o meu pastor e por isso não sinto falta de nada”.
Que possamos dar graças a Deus pelas bênçãos pequenas ou grandes; que possamos ficar mais preocupados em servir do que em ser servidos; e, finalmente, que possamos aprender a viver com pouco ou com muito, em paz ou em guerra, com saúde ou com doença, e assim declarar que podemos todas as coisas naquele que nos fortalece.
Do amigo e pastor,
Pr. Tiago Valentin