Ir e fazer discípulos” é a missão da Igreja de Jesus Cristo. Igreja que não evangeliza estagna e morre. Ao evangelizar, a Igreja cumpre o mandamento de Jesus (Mt 28:19; Mc 16:15) e, ao mesmo tempo, provê seu crescimento e sua continuidade como agência relevante neste mundo. Esse crescimento não pode ser meramente vegetativo, quando há somente o batismo de filhos de crentes, mas multiplicador, com o alcance de novas vidas e famílias para Cristo, as quais engrossarão as fileiras dos salvos.
Há muitos indicativos que podem sinalizar se uma igreja está cumprindo o propósito de Deus. Um deles é o crescimento quantitativo. A Palavra de Deus nos afirma, em Atos 2:47, que o Senhor acrescentava dia a dia os que iam sendo salvos. Esse trecho bíblico nos traz algumas lições: primeiro, é Deus quem dá o crescimento quantitativo (1 Co 3:6–7); segundo, o crescimento quantitativo é consequência de uma vivência comunitária que reflete a graça de Deus. O povo da igreja primitiva estava atento a quem não fazia parte dela e havia a intenção de ser agradável, de ser simpático com aqueles que ainda não reconheciam o amor de Deus.
Se o crescimento é resultado do comprometimento da igreja com Deus e com o próximo, porque muitas comunidades sérias não crescem? O Bp. Nelson Campos Leite, da Igreja Metodista, apontou um dos possíveis problemas. Ele argumenta que muitas igrejas locais não avançam na missão por não terem a evangelização como prioridade. Algumas comunidades estão mais interessadas em patrimônio e não investem como deveriam no avanço missionário, diz ele. “Quando esse avanço for o principal foco, certamente iremos crescer.” Ainda segundo o Bp. Nelson, nosso crescimento, quando existe, é tão inexpressivo porque nosso foco está voltado para a manutenção da igreja, e não para sua expansão.
Talvez seja aquilo que o Pr. Hernandes Dias Lopes, da Igreja Presbiteriana, chama de “numerofobia”, que, segundo ele, é a ideia de que a igreja não deve crescer. “Tentam, com isso tapar o sol com a peneira das desculpas. Dizem que estão mais interessados em qualidade do que em quantidade. A pergunta é: existe qualidade estéril? Esse tipo de desculpa esconde uma atitude omissa, uma preguiça espiritual. O correto é buscar o crescimento saudável da igreja.”
Uma igreja que se santifica é revivificada pelo poder de Deus e esse processo bíblico e wesleyano leva naturalmente a igreja a crescer. Muitas pessoas se sentem incomodadas quando o assunto é crescimento. Esses críticos logo dizem que o importante é crescer em qualidade, pois a quantidade será uma consequência. Isso, porém, é uma armadilha muito sutil. Podemos ter muita qualidade, mas apenas para os que já são da igreja. E qualidade sem direcionamento nada mais é do que vaidade. Sem santidade e sem o renovo do Senhor, não somos capazes de crescer.
A base da doutrina metodista não é o crescimento numérico por si só. Antes, nossa Igreja visa ser um agente relevante para transformação e santificação do mundo. Por isso, o crescimento da nossa igreja está diretamente ligado ao crescimento no compromisso, na santidade, na graça, no senso crítico e no amor ao próximo.
Uma igreja séria, que tenha um desejo verdadeiro e bem-intencionado para o crescimento numérico, certamente será abençoada por Deus. Deus já fez 100% por nós cabe agora nós fazermos os nossos 100%.
Buscando o crescimento do Senhor,
Pr. Tiago Valentin