Uma das mais extraordinárias experiências relatadas na Bíblia é a do maná que Deus enviou para o Seu povo no meio do deserto. Já fazia um mês que as cadeias da opressão e da incredulidade haviam se rompido. Deus dissera que libertaria o povo, e foi o que ocorreu. Como Ele não faz nada pela metade, prometeu que libertaria Seu povo e ainda o conduziria para uma terra abençoada. Até chegarem à terra prometida, porém, muitas coisas teriam de acontecer. Naquela longa jornada, a multidão de israelitas conduzida por Moisés tinha de ter no mínimo o que comer e beber. Mas já fazia trinta dias que eles tinham saído do Egito e as reservas de mantimento estavam se esgotando.
É difícil estimar o quão desafiador foi para aproximadamente 3 milhões de pessoas viver quarenta anos no deserto. Inúmeros foram os desafios e certamente apenas uma parte deles foi relatada na Palavra de Deus. Entre tantas necessidades, ter o que comer era a mais básica delas.
Por incrível que pareça, a escravidão no Egito também havia se tornado uma zona de conforto para o povo hebreu. Ali, como eles próprios disseram a Moisés, pelo menos tinham o que comer e beber.
Por vezes, nós também nos comportamos assim. Embora estando numa situação de humilhação, de prostração ou de opressão, não tentamos mudar o quadro ou, pior, deixamos de crer que Deus pode nos socorrer e preferimos garantir nossa subsistência abrindo mão da possibilidade de viver em abundância. Para sair do Egito e ir para Canaã, mais do que desejo, é necessário ter fé.
Deus proporcionaria ao povo uma vida próspera. Mas, para vivenciar o melhor de Deus, eles teriam de se “desintoxicar” da mentalidade de escravos, miseráveis e indignos; precisariam voltar a confiar plenamente na provisão de Deus; teriam de confiar que o Senhor cuidava e sempre cuidaria do Seu povo. Essas experiências de provisão reforçam a noção que temos de quem de fato está no controle, de em quem podemos confiar de verdade, de que, acima de qualquer coisa, somos amados pelo Pai.
Pois bem, a caminho da terra prometida, os recursos começavam a acabar ou teriam acabado completamente, e a pergunta era inevitável: “E agora, José?”. Moisés foi questionado, mas a arguição, na verdade, era para Deus. Então o Senhor rememorou a Moisés e ao povo que Ele é Jeová Jireh, ou seja, o Deus que provê. O Senhor garantiu que iria prover o pão e, assim, na manhã seguinte, os hebreus e hebreias olharam para o campo e o viram coberto por uma espécie de floco. Então eles perguntaram: “O que é?”. Era o que em hebraico se chamou man – “maná” em português. Aqueles floquinhos, quando recolhidos e ajuntados, tinham a consistência de pão e alimentavam como se fossem pão.
Não era permitido ao povo acumulá-lo de um dia para o outro e, quando tentaram fazer isso, o “pão” mofou. Ora, Deus havia garantido que proveria o maná todos os dias, pois Ele é o mesmo ontem, hoje e o será para sempre. No processo de libertação da mente daquele povo, aprender a confiar na provisão de Deus era essencial. Afinal, é da natureza humana depositar sua confiança em algo; e é natural também que essa confiança nos torne dependentes da sua fonte. Muitos de nós nos tornamos escravos da segurança que o dinheiro, o poder ou a posição que ocupamos pode nos conferir. No entanto, quando somos dependentes apenas de Deus, somos livres de qualquer outra coisa.
Para chegarmos a Canaã, temos de caminhar pelo deserto lado a lado com Jeová Jireh, pois, quando o caixa acabar, saberemos que Ele proverá, nada vai nos faltar e Ele completará a Sua obra!
Forte abraço,
Tiago Valentin, pastor