Hoje (5/12) é um dia muito especial, pois teremos o privilégio de celebrar a Ceia do Senhor, oportunidade na qual rememoramos o sacrifício de Jesus Cristo, a expressão máxima do amor de Deus por toda a Criação. Mas hoje também é o segundo domingo do Advento, um tempo de expectativa durante o qual nos preparamos para celebrar mais uma vez o nascimento do Salvador. Estamos, portanto, diante de um domingo muito interessante, em que falamos da morte de Jesus, mas também do Seu nascimento.
Essa coincidência de momentos tão distintos da vida humana, nascimento e morte, nos remete a pensar em outro cenário que também parece unir opostos, assim como a vida e a morte. Estamos falando do Reino de Deus. Como sabemos, a família de Jesus vem de uma linhagem real. José, Seu pai terreno, era descendente do Rei Davi (Mt 1:1–16) e, portanto, Jesus poderia, em qualquer momento, reivindicar o trono de Israel. Com o nascimento do Messias, ressurgia entre os judeus a esperança da restauração do seu reino. No entanto, Jesus frustrou as expectativas dos poderosos ao morrer na cruz do Calvário. Afinal, como poderia o rei de Israel ser crucificado? Contudo, é na ressurreição que temos a “inauguração” do Reino de Deus.
Durante Sua vida e Seu ministério, Jesus estabeleceu as bases do Reino de Deus. As atitudes e a pregação do Mestre sinalizaram o que Deus desejava e continua desejando para toda a Sua Criação. Os fundamentos foram lançados e até a inauguração aconteceu, mas podemos dizer que vivemos no Reino de Deus? O mundo em que vivemos parece um reino divino?
Teologicamente, dizemos que se trata do “já” e do “ainda não”. O Reino de Deus já é uma realidade, mas ainda não está concretizado. Por isso, mesmo que o Reino instaurado por Jesus seja uma verdade, há muito ainda por ser feito, e nós fomos incumbidos dessa tarefa. Deus criou todas as coisas, idealizou um reino perfeito e pleno, mas o pecado adentrou no mundo e as trevas tomaram conta desse reino. Entretanto, a luz veio ao mundo para iluminar e dar esperança de que o reino de paz, justiça e alegria poderia ser restaurado. E foi isso o que Jesus fez. A nós nos cabe a missão de sermos luzeiros do Senhor, sob a capacitação e unção do Espírito Santo. Temos a tarefa de sinalizar e concretizar o Reino de Deus por meio de nossas ações e palavras.
Que possamos aproveitar o tempo em que aguardamos o Natal para buscar sabedoria e graça a fim de que o Reino de Deus possa ser sinalizado em nossos lares, no seio de nossas famílias. Onde quer que estejamos, que possamos permitir que a luz de Cristo brilhe em nós e por meio de nós.
Do amigo e pastor,
Tiago Valentin