Eu ainda sou muito novo

Jovem Tra­ba­lha­dor”,
por Bar­ba­ra Trachtenberg

Como pas­tor, já ouvi algu­mas vezes esta fra­se: “Eu ain­da sou mui­to novo para tra­ba­lhar”. Essa é uma das mui­tas des­cul­pas que pode­mos dar para não tra­ba­lhar. Nes­te fim de sema­na, está acon­te­cen­do na cida­de pau­lis­ta de Pira­ci­ca­ba o Encon­tro Regi­o­nal de Juve­nis da 3ª Região Ecle­siás­ti­ca, even­to no qual 450 ado­les­cen­tes se reú­nem para um tem­po de comu­nhão e cele­bra­ção. A ado­les­cên­cia é uma óti­ma fase da vida para nos enga­jar­mos com a obra de Deus, pois geral­men­te o juve­nil ain­da tem um rit­mo de vida sem mui­tas exi­gên­ci­as ou cobran­ças, o que lhe pos­si­bi­li­ta mai­or envol­vi­men­to com a igreja.

Infe­liz­men­te, mui­tos juve­nis acham que, por sua pou­ca ida­de, não estão aptos nem pre­pa­ra­dos para assu­mir res­pon­sa­bi­li­da­des na igre­ja, o que não é ver­da­de. Haja vis­ta que a pró­pria igre­ja per­mi­te e incen­ti­va a exis­tên­cia do gru­po soci­e­tá­rio dos juve­nis, um espa­ço para aco­lher o juve­nil e lhe dar con­di­ções para, den­tro de sua rea­li­da­de etá­ria, con­tri­buir para o Reino.

O que mui­tos juve­nis fazem é colo­car sua pou­ca ida­de como empe­ci­lho, o que tam­bém é comum entre os mais velhos. Só que, nes­te caso, o “empe­ci­lho” não é a ida­de, mas a fal­ta de tem­po, o exces­so de com­pro­mis­sos, a fal­ta de dinhei­ro, a fal­ta de expe­ri­ên­cia e tan­tos outros sub­ter­fú­gi­os usa­dos como bar­rei­ras para impe­di-los de trabalhar.

Uma coi­sa é cer­ta: todos(as) devem e podem se envol­ver com a obra de Deus. A dou­tri­na meto­dis­ta diz que somos uma comu­ni­da­de de dons e minis­té­ri­os, e Deus con­ce­de dons a todos(as) para que pos­sam exer­cê-los nas dife­ren­tes áre­as da igre­ja e da vida. No nos­so enten­di­men­to, a ver­da­dei­ra ques­tão é saber o que é pri­o­ri­da­de para nós.

A pala­vra de Deus é mui­to cla­ra quan­do, em Mateus 6, Jesus nos aler­ta a colo­car o Rei­no de Deus e a Sua jus­ti­ça em pri­mei­ro lugar. Uma vez que pri­o­ri­za­mos o ser­vi­ço a Deus, que inclu­si­ve vai além da igre­ja, Ele só requer de nós uma coi­sa: dis­po­si­ção. Foi assim quan­do o Senhor cha­mou Josué para lide­rar Seu povo: “Moi­sés, meu ser­vo, é mor­to; dis­põe-te, ago­ra, pas­sa este Jor­dão, tu e todo este povo, à ter­ra que eu dou aos filhos de Isra­el” (Js 1:2).

Não que­re­mos aqui des­me­re­cer nos­sos afa­ze­res nem mini­mi­zar a vida cor­ri­da que todos temos. Con­tu­do, Deus nos deu capa­ci­da­de e liber­da­de para fazer esco­lhas. Somos o que somos e esta­mos onde esta­mos em gran­de par­te por con­ta das nos­sas esco­lhas. Por­tan­to, cabe a cada um ana­li­sar qual tem sido seu envol­vi­men­to com a obra de Deus, e não ficar colo­can­do empe­ci­lhos que para Deus não que­rem dizer mui­ta coi­sa, pois Ele não pro­cu­ra pes­so­as deso­cu­pa­das. Pelo con­trá­rio, Deus con­ta espe­ci­al­men­te com aque­les que levam a vida a sério. Temos um óti­mo exem­plo nos pes­ca­do­res que se tor­na­ram dis­cí­pu­los de Cris­to. Eles esta­vam tra­ba­lhan­do duro, tinham mui­to a fazer, mas foram con­vi­da­dos por Jesus para segui-Lo. Não pre­ci­sa­mos aban­do­nar nos­so tra­ba­lho, nos­sa famí­lia ou nos­sa vida. O que deve­mos fazer, sim, é seguir a Cris­to em pri­mei­ro lugar.

A come­çar pelos juve­nis, que pos­sa­mos ter a con­vic­ção de que Deus quer nos usar em sua obra e que nada pode impe­dir o que Ele quer fazer em nós e por meio de nós, a não ser nos­sa fal­ta de dis­po­si­ção. “Dis­põe-te, res­plan­de­ce, por­que vem a tua luz, e a gló­ria do Senhor nas­ce sobre ti” (Is 60:1).

Com cari­nho e esti­ma pastoral

Pr Tiago Valentim

Rev. Tia­go Valentin

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