Um menino nos nasceu!

Meni­no Jesus”, por Hal Frenck

Eis uma ques­tão bíbli­ca e teo­ló­gi­ca que sem­pre entra em deba­te nes­ta épo­ca de Natal: por que Deus esco­lheu tomar a for­ma huma­na por meio de um bebê? Por que não veio ao mun­do já como adul­to? Do pon­to de vis­ta prá­ti­co, bebê ou adul­to não faria dife­ren­ça; a mis­são que Jesus tinha não se alte­ra­ria em pra­ti­ca­men­te nada. Mas Deus tomou a for­ma de um bebê para dei­xar cla­ro que mes­mo as coi­sas frá­geis e peque­ni­nas têm mui­to valor.

A pro­fe­cia em Isaías capí­tu­lo 9 diz que, por meio de um meni­no recém-nas­ci­do, poder e auto­ri­da­de se mani­fes­ta­ri­am e a von­ta­de de Deus se rea­li­za­ria des­sa manei­ra. E assim se cum­priu a pro­mes­sa na vida de Jesus.

Temos todo o con­tex­to da gra­vi­dez de Maria e a acei­ta­ção de José, mas, sem dúvi­da, o momen­to mais ten­so é o nas­ci­men­to pro­pri­a­men­te dito. Não havia lugar para aque­la cri­an­ça inde­fe­sa e frá­gil vir ao mun­do em segu­ran­ça. Depois de uma lon­ga via­gem, sem con­for­to algum, o casal che­ga a Belém em meio ao tumul­to de um recen­se­a­men­to. A cida­de esta­va cheia e não havia lugar para se hos­pe­dar. A úni­ca alter­na­ti­va foi uma estre­ba­ria e uma man­je­dou­ra. Ali o Rei dos Reis e Senhor dos Senho­res nasceu.

Jesus, já adul­to, fez ques­tão de valo­ri­zar as cri­an­ças, indi­can­do que elas são o parâ­me­tro para quem quer her­dar o Rei­no dos Céus. O Mes­tre agiu assim não ape­nas em rela­ção às cri­an­ças, mas acer­ca de todos(as) que eram marginalizados(as) e menosprezados(as). Ele não nas­ceu em ber­ço de ouro, sabia bem o quan­to a vida era dura e que para ven­cer era pre­ci­so lutar mui­to. Des­de o nas­ci­men­to, nada foi fácil em Sua vida, mas o Pai, em todos os momen­tos, foi fiel e provedor.

Mui­tas vezes pode­mos nos sen­tir mini­mi­za­dos, excluí­dos ou mar­gi­na­li­za­dos por con­ta da nos­sa con­di­ção físi­ca, finan­cei­ra, rela­ci­o­nal ou emo­ci­o­nal. Mas Deus esco­lheu as coi­sas sim­ples para con­fun­dir os sábi­os, exa­ta­men­te como ocor­reu com os magos quan­do pro­cu­ra­ram o Rei no palá­cio e não o encon­tra­ram ali.

Cer­ta­men­te não daría­mos a mis­são de sal­var o mun­do a um bebe­zi­nho, mas Deus fez ques­tão de envi­ar um meni­no, um bebê, para dar o pas­so defi­ni­ti­vo na res­tau­ra­ção da huma­ni­da­de, para que não hou­ves­se nenhu­ma pos­si­bi­li­da­de de se cogi­tar que a ação de Deus esti­ves­se liga­da ao poder, ao pres­tí­gio, ao conhe­ci­men­to ou a qual­quer cate­go­ria huma­na que defi­na o que pode e o que não pode.

Mui­tas vezes asso­ci­a­mos a ação de Deus em nos­sas vidas ao nos­so mui­to saber, ter ou poder. Mas o que sabe um bebê? O que ele tem ou o que ele pode? Tudo, abso­lu­ta­men­te tudo depen­de de Deus e do Seu que­rer. Seja por meio de um bebê ou de um adul­to, seja por alguém mui­to letra­do ou incul­to, seja por alguém conhe­ci­do ou anô­ni­mo, Deus é quem faz a obra. E Ele tem cri­té­ri­os pró­pri­os para isso, “pois vocês são sal­vos pela gra­ça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que nin­guém se glo­rie” (Ef 2:8–9).

Do ami­go e pastor,

Pr Tiago Valentim

Tia­go Valentin

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