Sem exageros ou preconceitos baratos vamos falar um pouco sobre vestimentas. As roupas que usamos e nos mostrarmos ao mundo fala um pouco de nós, revela nossos gostos, tendências, extravagâncias, expressa se somos conservadores como nossos pais ou “moderninhos”… e muito mais que isso: a moda em geral, o corte de cabelo, o uso de piercing e tatuagens passam uma “mensagem”. São símbolos que apontam para “alguma coisa”.
Vestir-se não é apenas cobrir o corpo, mas é também dizer de que “tribo” somos. Os góticos e os darkes são inconfundíveis. Os metaleiros são facilmente reconhecidos em qualquer situação. Quando alguém chega a um hospital com camisa clerical e uma cruz na lapela mostra de forma clara que se trata de um padre ou um pastor. Já aconteceu comigo de não precisar mostrar a identidade pastoral: a minha roupa falava de mim.
É inegável que as “tribos urbanas” estão passando sua mensagem pelas vestiduras. Por que seríamos nós “propagandistas” inocentes de filosofias muitas vezes frontalmente contrárias à fé e freqüentemente fazendo apologias à violência, à livre sexualidade, ao ateísmo? É o caso da moda “wicca” que passa claramente uma mensagem ligada à forma esotérica de viver, onde Deus e Jesus Cristo são banalizados. Devemos ver nela apenas uma maneira inocente de vestir-se? Obviamente que não: há uma “mensagem” sendo passada.
Recentemente entrei numa loja para ver camisetas para o meu filho. Peguei nas mãos algumas delas e vi ali estampado figuras grotescas, com motivos ligados à violência. Seria correto compra-las para que uma criança de 10 anos passasse uma “mensagem” que não corresponde àquilo que cremos?
Não vejo com olhos tão simples a moda e as vestimentas. Ainda nessa semana uma jovem de nossa igreja passou por uma seleção numa loja de departamentos. O selecionador foi muito claro para as candidatas: “Vocês usavam piercing? Voltem a usá-los. Têm tatuagem em algum lugar do corpo? Deixem-na bem visível.…”. É uma ideologia que está aí. Devemos seguir essa “tendência” sem perguntar porquê?
Creio que todos os locais que freqüentamos, quer seja a praia, a escola, os prédios públicos, ou os locais de culto, requerem os paramentos adequados. Certamente ninguém irá questionar minha idoneidade cristã se subir ao púlpito de camiseta e bermudas, mas certamente aquele não é o melhor local para usar esse tipo de vestimenta. Da mesma forma imagino que aquelas pessoas que irão participar de um culto cristão devem observar com bom senso e equilíbrio o que estão usando, que “mensagem” estão passando, e até mesmo se não é contraditória essa mensagem com aquilo que dizemos crer (a mensagem não-verbal normalmente é mais contundente que a mensagem verbal).
Longe de mim ter qualquer pretensão “legalista” nessas palavras (mesmo porque, preocupar-se somente com isso pode ser uma forma disfarçada de “farisaísmo”), mas quero chamar a atenção para essas mensagens contraditórias tão comuns.
Como cristãos devemos estar atentos a toda forma de alienação e de imposição dessa entidade sem rosto chamada “moda”, pois aquilo que você acaba usando pode não ser fruto de “opção” mas de alienação.
Pr. Daniel Rocha