Dize-me com quem andas e te direi aonde chegarás!

Dis­ci­pu­la­dor e dis­ci­pu­la­do (“Pau­lo e Bar­na­bé em Lis­tra”,
por Nico­la­es Ber­chem, 1650)

Não que eu o tenha já rece­bi­do ou tenha já obti­do a per­fei­ção; mas pros­si­go para con­quis­tar aqui­lo para o que tam­bém fui con­quis­ta­do por Cris­to Jesus. Irmãos, quan­to a mim, não jul­go havê-lo alcan­ça­do; mas uma coi­sa faço: esque­cen­do-me das coi­sas que para trás ficam e avan­çan­do para as que dian­te de mim estão, pros­si­go para o alvo, para o prê­mio da sobe­ra­na voca­ção de Deus em Cris­to Jesus”
(Fili­pen­ses 3:12–14).

Dize-me com quem andas e te direi quem és” foi a par­te ante­ri­or des­ta série a res­pei­to do pro­ces­so do dis­ci­pu­la­do, publi­ca­da no Boin de 20 de novem­bro. Naque­la ter­cei­ra par­te, fala­mos sobre como é impres­cin­dí­vel saber com quem deve­mos per­cor­rer o cami­nho da sal­va­ção. Hoje, nes­ta quar­ta e últi­ma par­te, faze­mos uma pará­fra­se do afo­ris­mo ante­ri­or: “Dize-me com quem andas e te direi aon­de che­ga­rás”. Isso por­que todo mun­do que per­cor­re um cami­nho ou rea­li­za uma jor­na­da tem um des­ti­no a alcan­çar. Já para quem está per­di­do, qual­quer cami­nho ser­ve. Para o per­di­do, todos os cami­nhos levam a Deus, mas, para o que foi encon­tra­do, o úni­co cami­nho que leva a Deus é Jesus. Nes­se sen­ti­do, o dis­ci­pu­la­do nos dá um alvo, um obje­ti­vo e um destino.

Ao estu­dar­mos a vida e a obra do após­to­lo Pau­lo, obser­va­mos que, embo­ra ele não tenha cami­nha­do dire­ta­men­te com Jesus e ain­da que tenha sido ins­truí­do por Gama­li­el, dou­tor em Jeru­sa­lém e pro­fun­do conhe­ce­dor da cul­tu­ra gre­ga, foi dis­ci­pu­la­do ini­ci­al­men­te por Ana­ni­as e, na sequên­cia, por Bar­na­bé, que o dou­tri­nou por mais tem­po. Se Pau­lo tor­nou-se o após­to­lo que foi e autor da mai­or par­te do Novo Tes­ta­men­to, isso ocor­reu por­que hou­ve alguém que apon­tou Jesus Cris­to para ele.

Pode­mos não ter mais o após­to­lo Pau­lo para nos dis­ci­pu­lar, mas temos o mes­mo Cris­to que ele teve; assim como Pau­lo, embo­ra não tenha­mos o Jesus de car­ne e osso para nos ins­truir, temos o mes­mo Espí­ri­to que habi­tou em Cris­to Jesus (Rm 8:11) para nos fazer alcan­çar o prê­mio da Sua sobe­ra­na voca­ção. Por isso, quem anda com Deus, por Deus será toma­do, como nos mos­trou Eno­que, no Anti­go Tes­ta­men­to (Gn 5:24). Do mes­mo modo, quem segue a Jesus nun­ca esta­rá perdido.

É por isso que o céu não pode ser o nos­so obje­ti­vo, e sim o nos­so des­ti­no. Que nos­so obje­ti­vo na vida seja fru­ti­fi­car: a trin­ta por um, a ses­sen­ta por um e até a cem por um. Isso por­que não con­se­gui­re­mos fru­ti­fi­car no céu nem no infer­no, pois o céu é o des­ti­no de quem foi fru­tí­fe­ro e o infer­no, o des­ti­no de quem foi infru­tí­fe­ro. Pelos fru­tos, Jesus nos conhecerá.

Con­cluo citan­do o pas­tor Her­nan­des Dias Lopes, que afir­ma: “Fazer dis­cí­pu­los é uma ordem de Cris­to, mis­são da Igre­ja e uma neces­si­da­de do mun­do”. E per­gun­to: você tem uma vida soli­tá­ria na fé? Exis­te alguém que seja pró­xi­mo e mode­lo para você em algu­ma área? O quan­to você está disposto(a) a inves­tir no pro­ces­so do dis­ci­pu­la­do? Nun­ca se esque­ça de que, no pro­ces­so do dis­ci­pu­la­do, ser dis­cí­pu­lo sig­ni­fi­ca ser apren­diz; o dis­ci­pu­la­dor apon­ta o cami­nho, mas ele não é o caminho.

Pes­so­as dis­ci­pu­la­das com cer­te­za são mais segu­ras. Um(a) discípulo(a) sem­pre sabe para quem ligar nos dias maus. Toda pes­soa de suces­so foi dis­ci­pu­la­da por alguém. E não pode­mos esque­cer a máxi­ma do suces­so minis­te­ri­al de Jesus, que foi fazer suces­so­res. Em nos­sos dias, não deve­mos pro­cu­rar dis­ci­pu­la­do­res per­fei­tos, mas ver­da­dei­ros e con­fiá­veis, que falem mais de Jesus Cris­to do que de seus pró­pri­os fei­tos e cuja vida apon­te mais para Jesus do que para suas con­quis­tas pes­so­ais. Não pro­cu­re baju­la­do­res, pois estes ape­nas farão você se sen­tir melhor; pro­cu­re ver­da­dei­ros dis­ci­pu­la­do­res, pois estes farão você ser uma pes­soa melhor e mais pare­ci­da com Jesus.

Então tor­ne-se um(a) discípulo(a), viva esse pro­ces­so e colha os fru­tos des­sa comu­nhão com Cris­to até que che­gue­mos à esta­tu­ra d’Ele (Ef 4:13–15).

Obri­ga­do por me acom­pa­nhar nes­ta jornada!

Rev. Isra­el A. Rocha

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