De onde vem a Salvação?

Ema­nu­el… Deus Conos­co”,
por Miche­le E. Struss

Quan­do olha­mos para o con­tex­to do nas­ci­men­to de Jesus des­cri­to nos Evan­ge­lhos e o com­pa­ra­mos com o que se trans­for­mou o Natal, pode­mos iden­ti­fi­car mui­tas dis­tor­ções no seu sig­ni­fi­ca­do e propósito.

Em mui­tos con­tex­tos, o Natal virou sinô­ni­mo de fôle­go para o comér­cio. Se, duran­te o ano todo, as ven­das não foram boas, ago­ra é a hora de recu­pe­rar o pre­juí­zo; con­su­mir desen­fre­a­da­men­te é a “ordem” do momen­to; e, para alguns, infe­liz­men­te, o dia 25 de dezem­bro não pas­sa de um feri­a­do qual­quer, duran­te o qual têm a opor­tu­ni­da­de de se embe­be­dar, de se dro­gar e de se prostituir.

Hoje, como há 2 mil anos, Jesus nas­ce na con­tra­mão da his­tó­ria. No tem­po de Jesus, e em qual­quer outro tem­po, um futu­ro rei jamais nas­ce­ria num cur­ral; um ver­da­dei­ro rei não seria frá­gil como um bebê. Mas, quan­do Ele nas­ceu, o Rei­no de Deus foi anun­ci­a­do; o nas­ci­men­to do Mes­si­as sina­li­za­va o reno­vo da espe­ran­ça e o iní­cio de um novo tem­po. No capí­tu­lo 9 de Isaías, a pro­fe­cia diz que, por meio de um meni­no recém-nas­ci­do, poder e auto­ri­da­de se mani­fes­ta­ri­am e a von­ta­de de Deus se rea­li­za­ria des­sa manei­ra. Com a vin­da de Jesus, cum­priu-se a promessa.

Temos todo o con­tex­to da gra­vi­dez de Maria e a acei­ta­ção de José, mas o momen­to mais ten­so é, sem dúvi­da, o do nas­ci­men­to pro­pri­a­men­te dito. Não havia lugar para aque­la cri­an­ça inde­fe­sa e frá­gil vir ao mun­do em segu­ran­ça. Depois de uma lon­ga via­gem, sem con­for­to algum, Maria e José che­ga­ram a Belém, em meio ao tumul­to de um recen­se­a­men­to. A cida­de esta­va cheia e o casal não encon­trou lugar para se hos­pe­dar. A úni­ca alter­na­ti­va era uma estre­ba­ria, e uma man­je­dou­ra para ser­vir de lei­to. Ali, o Rei dos Reis e Senhor dos Senho­res nasceu.

A sal­va­ção veio de um bebê inde­fe­so, humil­de e sim­ples, veio de uma famí­lia recém-for­ma­da fora dos padrões do seu tem­po, veio de uma cida­de­zi­nha inex­pres­si­va, veio de onde nin­guém espe­ra­va. Jesus não nas­ceu em ber­ço de ouro e sabia mui­to bem o quan­to a vida era dura e que, para ven­cer, era pre­ci­so lutar muito.

Jesus, já adul­to, fez ques­tão de valo­ri­zar aqueles(as) que eram frá­geis: as mulhe­res, os doen­tes, os mar­gi­na­li­za­dos e as cri­an­ças. Estas últi­mas, em espe­ci­al, o Mes­tre indi­cou como parâ­me­tro para quem qui­ser her­dar o Rei­no dos Céus.

O Rei­no de Deus con­fron­tou e con­ti­nua a con­fron­tar nos­sos padrões. Todos os sis­te­mas polí­ti­cos, soci­ais, econô­mi­cos e cul­tu­rais que a huma­ni­da­de desen­vol­veu são rela­ti­vi­za­dos dian­te da ampli­tu­de e ple­ni­tu­de do rei­no divi­no. O nas­ci­men­to de Jesus nos sina­li­za essa inver­são de valo­res, pois Deus esco­lheu as coi­sas sim­ples para con­fun­dir os sábi­os, exa­ta­men­te como ocor­reu com os magos quan­do pro­cu­ra­ram o Rei no palá­cio e não O encontraram.

Que nes­te tem­po de Adven­to pos­sa­mos refle­tir o quan­to esta­mos detur­pan­do o ver­da­dei­ro sig­ni­fi­ca­do do Natal. Tal­vez seja uma óti­ma opor­tu­ni­da­de para des­vi­ar­mos um pou­co nos­sos olhos das luzes, dos enfei­tes, do per­nil, dos pre­sen­tes, e vol­tá-los para o menor ou para o mais sim­ples, e espe­ci­al­men­te para Jesus Cris­to, de onde vem a nos­sa salvação!

Do ami­go pastor,

Pr Tiago Valentim

Tia­go Valentin

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