Cresçamos em tudo

Ir e fazer dis­cí­pu­los é a mis­são da Igre­ja de Jesus Cris­to. Igre­ja que não evan­ge­li­za estag­na e mor­re. Ao evan­ge­li­zar, a Igre­ja cum­pre o man­da­men­to de Jesus e, ao mes­mo tem­po, pro­vê seu cres­ci­men­to e sua con­ti­nui­da­de como agên­cia rele­van­te nes­te mun­do. Esse cres­ci­men­to não pode ser mera­men­te vege­ta­ti­vo, quan­do há somen­te o batis­mo de filhos de cren­tes, mas mul­ti­pli­ca­dor, com o alcan­ce de novas vidas e famí­li­as para Cris­to, as quais engros­sa­rão as filei­ras dos salvos.”

O Senhor acres­cen­ta­va dia a dia os que iam sen­do sal­vos
(“Cele­bra­ção”, por John August Swan­son, 1997)

Esse tex­to do Pas­tor Jere­mi­as Perei­ra, da Igre­ja Pres­bi­te­ri­a­na, nos faz pen­sar que há mui­tos indi­ca­ti­vos que podem sina­li­zar que uma igre­ja está cum­prin­do o pro­pó­si­to de Deus; mas um deles cer­ta­men­te é o cres­ci­men­to quan­ti­ta­ti­vo. A Pala­vra de Deus nos afir­ma, em Atos 2:47, que o Senhor acres­cen­ta­va dia a dia os que iam sen­do sal­vos. Esse tre­cho bíbli­co nos traz algu­mas lições: pri­mei­ro, o cres­ci­men­to quan­ti­ta­ti­vo da Igre­ja é bíbli­co; segun­do, é Deus quem dá o cres­ci­men­to quan­ti­ta­ti­vo (1 Co 3:6–7); ter­cei­ro, o cres­ci­men­to quan­ti­ta­ti­vo é refle­xo de uma igre­ja sau­dá­vel e que bus­ca antes de tudo agra­dar a Deus. Os inte­gran­tes da igre­ja pri­mi­ti­va esta­vam aten­tos a quem não fazia par­te dela e eram inten­ci­o­nal­men­te agra­dá­veis e sim­pá­ti­cos com aque­les que ain­da não reco­nhe­ci­am o amor de Deus.

Se o cres­ci­men­to é resul­ta­do do com­pro­me­ti­men­to da igre­ja com Deus e com o pró­xi­mo, por que mui­tas comu­ni­da­des, que apa­ren­te­men­te são séri­as, não cres­cem? O Bis­po Nel­son Cam­pos Lei­te, da Igre­ja Meto­dis­ta, apon­tou um dos pos­sí­veis pro­ble­mas. Ele argu­men­ta que mui­tas igre­jas locais não avan­çam na mis­são por não terem a evan­ge­li­za­ção como pri­o­ri­da­de. Algu­mas comu­ni­da­des estão mais inte­res­sa­das em patrimô­nio e não inves­tem como deve­ri­am no avan­ço mis­si­o­ná­rio, diz ele. “Quan­do esse avan­ço for o prin­ci­pal foco, cer­ta­men­te ire­mos cres­cer.” Ain­da segun­do o Bis­po Nel­son, nos­so cres­ci­men­to, quan­do exis­te, é tão inex­pres­si­vo por­que nos­so foco está vol­ta­do para a manu­ten­ção da igre­ja, e não para sua expansão.

Tal­vez seja aqui­lo que o Pas­tor Her­nan­des Dias Lopes, da Igre­ja Pres­bi­te­ri­a­na, cha­ma de “nume­ro­fo­bia”, que, segun­do ele, é a fobia de alguns pela ênfa­se no cres­ci­men­to numé­ri­co: “Ten­tam, com isso tapar o sol com a penei­ra das des­cul­pas. Dizem que estão mais inte­res­sa­dos em qua­li­da­de do que em quan­ti­da­de. A per­gun­ta é: exis­te qua­li­da­de esté­ril? Esse tipo de des­cul­pa escon­de uma ati­tu­de omis­sa, uma pre­gui­ça espi­ri­tu­al. O cor­re­to é bus­car o cres­ci­men­to sau­dá­vel da igreja”.

Uma igre­ja que se san­ti­fi­ca é revi­vi­fi­ca­da pelo poder do Espí­ri­to San­to, e esse pro­ces­so bíbli­co e wes­leya­no leva natu­ral­men­te a igre­ja a cres­cer. Mui­tas pes­so­as se sen­tem inco­mo­da­das quan­do o assun­to é cres­ci­men­to. Esses crí­ti­cos logo dizem que o impor­tan­te é cres­cer em qua­li­da­de, pois a quan­ti­da­de será uma con­sequên­cia. Isso, porém, é uma arma­di­lha mui­to sutil. Pode­mos ter mui­ta qua­li­da­de, mas ape­nas para os que já são da igre­ja. E qua­li­da­de sem pro­pó­si­to faz a igre­ja infér­til. Sem san­ti­da­de e sem o reno­vo do Senhor, não somos capa­zes de cres­cer, não somos capa­zes de ser igreja.

A per­gun­ta para refle­xão que pode­mos fazer é a seguin­te: nos­so cres­ci­men­to qua­li­ta­ti­vo tem sido pro­por­ci­o­nal ao nos­so cres­ci­men­to quan­ti­ta­ti­vo? Pois de nada adi­an­ta­rá ter­mos um exce­len­te coral, óti­mos gru­pos de lou­vor e pes­so­as qua­li­fi­ca­das em todas as áre­as da igre­ja se tudo isso não resul­tar em vidas trans­for­ma­das. Uma igre­ja séria, que tenha um dese­jo ver­da­dei­ro e bem-inten­ci­o­na­do para o cres­ci­men­to numé­ri­co, cer­ta­men­te será aben­ço­a­da por Deus. Deus já fez cem por cen­to em nos­so favor. Cabe ago­ra a nós fazer­mos os nos­sos cem por cento.

Do ami­go e pastor,

Pr Tiago Valentim

Tia­go Valentin

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