Sabíamos que esse dia chegaria, mas confesso que não imaginava que seria tão desafiador. Desde novembro, quando se confirmou nossa saída de Itaberaba por meio das nomeações pastorais, muitos foram os sentimentos e as sensações. Fomos tomados de um misto de dever cumprido, mas também de um “gostinho” de que há muito ainda a ser feito; um sentimento de perda pela saída, mas também de alegria por novos desafios que estão diante de nós. Como me disse uma colega pastora, uma “montanha-russa de sentimentos”!
Mas, sem sombra de dúvida, o sentimento dominante em meu coração é o de gratidão. E aqui peço licença para discorrer uma longa lista de agradecimentos: primeiramente ao Bispo Adriel de Souza Maia, que com discernimento e sabedoria nos nomeou em 2011 para Itaberaba; agradeço a ele por ter nos dado essa grande oportunidade. Agradeço também ao Pr. Daniel Rocha, que preparou nossa chegada junto à comunidade com tanta sensibilidade e integridade; isso fez muita diferença para nós e para a igreja. Agradeço ainda ao primeiro grupo que compunha a Coordenação Local de Ação Missionária (Clam) na nossa chegada, que soube nos acolher e nos apoiar num momento tão delicado. Agradeço a nossa mocidade por ter me acolhido tão bem no primeiro acampamento de que participei em Itaberaba, apenas algumas semanas depois de aqui chegar.
Agradeço aos líderes, irmãos e irmãs que acreditaram em iniciativas e projetos ousados e inovadores como a implantação dos Pequenos Grupos, os projetos sociais Alimentando Vidas, Novidade de Vida, Meu Esporte É a Vida, a realização da Paixão de Cristo na praça, os Retiros de Casais, o Acampamento Evangelístico, a construção do Templo em Santana de Parnaíba, a reestruturação da Escola Dominical, a Escola de Cura d’Alma e o envio de missionários e missionárias para o campo.
Nesses 11 anos, muitas foram as conquistas. Além de todos os projetos citados, poderíamos nomear muitos outros avanços ministeriais e missionários. Poderia também apresentar aqui diversos números e amostragens a respeito de diferentes aspectos da caminhada da igreja, e em todos os casos números positivos. Sim, nossa igreja só cresceu em todos esses anos. No meu ponto de vista, porém, os projetos e os números não são os melhores indicativos do êxito de uma igreja ou da ação pastoral. Creio que o que realmente evidencia o sucesso ministerial são vidas transformadas, e essa sem dúvida alguma é minha maior alegria. Durante esses anos, pudemos testemunhar algumas dezenas de casos de vidas, casais e famílias inteiras sendo profundamente transformadas pelo poder de Deus. Isso me traz muita, muita satisfação.
Não posso finalizar sem deixar de agradecer a duas pessoas muito especiais. Primeiramente a Laura Valentin, minha pastora coadjutora. Que grande privilégio eu tenho de poder pastorear ao lado de uma pessoa tão capaz, tão competente, tão sábia, tão leal, tão coerente e tão apaixonada por Jesus. Agradeço muito à Laura, pois uma parcela significativa do que pudemos viver nesse tempo que aqui passamos foi graças ao seu relevante e marcante ministério. Como eu gosto de dizer, e digo com orgulho, quando alguém me diz “Pastor, você é uma benção”, eu logo respondo: “É porque você não conhece minha esposa”!
A segunda pessoa – e a mais importante, é claro – não poderia deixar de ser o Dono da Igreja, o verdadeiro Pastor da igreja: Jesus Cristo. Agradeço ao Senhor, pois, apesar das minhas falhas, limitações, impossibilidades e incapacidades (vou parar a lista aqui, porque ela é longa), Ele teve misericórdia de minha vida e da Igreja de Itaberaba e nos possibilitou viver anos incríveis. Tenho plena convicção de que minha contribuição à Igreja de Itaberaba foi graças ao Seu amor e à Sua graça.
Irmãos e irmãs, tenho plena consciência e clareza de que esses 11 anos não foram perfeitos, longe disso. Muitas foram as lutas, os percalços, os solavancos, mas, a despeito de tantas situações desafiadoras, Deus nos ajudou e finalizamos um ciclo podendo contar as muitas bênçãos do Senhor.
Estamos diante de uma mudança pastoral e novos tempos estão por vir para Itaberaba, mas uma coisa certamente não mudará: o amor que Deus tem por esta igreja e a Sua provisão permanente para que a obra continue a ser realizada neste lugar.
Esta é a última vez que eu escrevo como seu pastor. Daqui para a frente, ficará a amizade e as ótimas lembranças para serem rememoradas até a eternidade. Até breve, pois o amanhã a Deus pertence.
Do seu amigo e ex-pastor,
Tiago Valentin