Um oásis no meio do deserto

Peque­no Oásis”, por C. Julia

O deser­to é um cená­rio recor­ren­te na Bíblia, sen­do sím­bo­lo do tra­tar e do aper­fei­ço­ar de Deus na vida de indi­ví­du­os e de povos intei­ros. Por­tan­to, ain­da que seja um local de escas­sez de recur­sos, de pri­va­ção de mui­tas coi­sas e um ver­da­dei­ro desa­fio à resis­tên­cia físi­ca e psi­co­ló­gi­ca, na Bíblia todos que entra­ram no deser­to saí­ram dele melho­res, pois o deser­to é um meio pelo qual Deus nos mol­da, e só faz isso por­que nos ama.

Con­tu­do, em hipó­te­se algu­ma pode­mos dizer que o deser­to é um lugar agra­dá­vel. Estar ou pas­sar por ele sem­pre foi e con­ti­nua sen­do uma expe­ri­ên­cia árdua. O após­to­lo Pau­lo diz que “a nos­sa leve e momen­tâ­nea tri­bu­la­ção pro­duz para nós peso de gló­ria” (2 Co 4:8). Con­tu­do, quan­do esta­mos nos deser­tos que a vida nos faz enca­rar, a tri­bu­la­ção não nos pare­ce leve nem tam­pou­co momen­tâ­nea; que­re­mos mes­mo é sair dali o mais rápi­do possível.

Há deser­tos mais cur­tos, outros mais lon­gos; alguns sem tan­ta escas­sez, outros extre­ma­men­te ári­dos; mas, ain­da que enten­da­mos e acei­te­mos com resi­li­ên­cia que esse “deser­to” é uma opor­tu­ni­da­de que Deus pode usar para nos aper­fei­ço­ar, cor­ri­gir e ama­du­re­cer, nun­ca é fácil pros­se­guir. Nos­sa natu­re­za gri­ta e que­re­mos sair do des­con­for­to, do con­fron­to; espe­ra­mos que a enfer­mi­da­de pas­se logo, que o desem­pre­go dure pou­co, que a fal­ta de per­dão ces­se, que a cri­se tenha um fim. Entre­tan­to, como bem sabe­mos, mui­tas des­sas situ­a­ções fogem do nos­so con­tro­le. E então, o que fazer? Estou no meio do deser­to, sei que não há como fugir, enten­do que Deus está comi­go, mas não supor­to mais. A melhor coi­sa que pode nos acon­te­cer nes­sa situ­a­ção é encon­trar­mos um oásis.

O mes­mo após­to­lo Pau­lo, que sabia da impor­tân­cia de apren­der­mos a per­se­ve­rar nas tri­bu­la­ções, dis­se: “Não vos sobre­veio ten­ta­ção que não fos­se huma­na; mas Deus é fiel e não per­mi­ti­rá que sejais ten­ta­dos além das vos­sas for­ças; pelo con­trá­rio, jun­ta­men­te com a ten­ta­ção, vos pro­ve­rá livra­men­to, de sor­te que a pos­sais supor­tar” (1 Co 10:13); ou seja, se Deus nos per­mi­te pas­sar por deser­tos, Ele tam­bém colo­ca oásis no nos­so cami­nho para nos aju­dar a supor­tar as lutas.

Os oásis são áre­as esca­va­das natu­ral­men­te pelo ven­to, nas quais o len­çol d’água sub­ter­râ­neo fica pró­xi­mo do solo. Pelas fen­das nas rochas, o líqui­do dos reser­va­tó­ri­os encon­tra um cami­nho até a super­fí­cie, jor­ran­do em fon­tes que hidra­tam homens e ani­mais, fazem sur­gir uma fai­xa de pal­mei­ras ao redor das lago­as e irri­gam peque­nas plan­ta­ções. Para quem está no meio de um deser­to, encon­trar um oásis pode sig­ni­fi­car sua sobrevivência.

No mun­do con­tur­ba­do e difí­cil em que vive­mos, os oásis de Deus são as igre­jas. Sim, é na comu­ni­da­de de fé que Deus nos hidra­ta, que mata nos­sa sede por espe­ran­ça, jus­ti­ça e fé. Nas ora­ções comu­ni­tá­ri­as, nos lou­vo­res con­gre­ga­ci­o­nais, no estu­do da Pala­vra, na par­ti­lha das tris­te­zas e ale­gri­as, somos for­ta­le­ci­dos e ani­ma­dos pelo poder de Deus que se mani­fes­ta no meio da comu­ni­da­de. A Igre­ja de Cris­to nas­ceu com esse pro­pó­si­to: ser um sinal visí­vel e con­cre­to do céu aqui na terra.

Você já parou para pen­sar o quan­to é pri­vi­le­gi­a­do por fazer par­te de uma comu­ni­da­de de fé? Você já agra­de­ceu a Deus hoje por sua igre­ja? Nem de lon­ge que­ro dizer que a “Igre­ja” ins­ti­tui­ção e a “igre­ja” comu­ni­da­de local são per­fei­tas, mas sua voca­ção é ser o que Davi can­tou no Sal­mo 23: um lugar de ver­des pas­ta­gens e águas tran­qui­las, onde pode­mos repou­sar e refri­ge­rar nos­sa alma.

Lou­va­do seja o nos­so Senhor Jesus Cris­to pela Igre­ja que Ele mes­mo cons­ti­tuiu para ser um lugar de reno­vo enquan­to pas­sa­mos pelo deserto!

Do ami­go e pastor,

Pr Tiago Valentim

Tia­go Valentin

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