“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Tessalonicenses 5:18).
A gratidão é um tema amplamente abordado na Palavra de Deus, e o apóstolo Paulo propõe um desafio de extrema grandeza: “Em tudo, dai graças”. Ou seja, devemos agradecer a Deus por todas as coisas.
Todos os anos fazemos um importante exercício no Dia de Ação de Graças, quando somos convidados a parar e observar com atenção quantas bênçãos Deus tem derramado sobre nossas vidas. Essa é uma atitude valiosa e necessária para a nossa caminhada de fé. Muitas vezes não temos tempo, discernimento ou disposição para parar e reconhecer quantas coisas boas o Senhor nos tem oferecido e permitido vivenciar. Se fôssemos contabilizar quanto tempo gastamos reclamando da vida, das coisas, das pessoas, de tudo, e quanto tempo investimos reconhecendo as bênçãos de Deus e agradecendo por elas, perceberíamos que há um grande desequilíbrio, tendendo para a murmuração.
Aqui cabe fazer um esclarecimento importante: “murmurar” é reclamar sem esperança e sem confiança de que Deus pode mudar qualquer situação; “lamentar” é apresentar a Deus nossas lutas e dificuldades crendo que Ele está no controle de tudo e pode reverter qualquer quadro. Não sei quanto a você, mas eu tenho lamentado por muitas questões nestes dias de pandemia que estamos vivendo, mas, ao mesmo tempo, busco não deixar de crer e observar que Deus continua no controle de todas as coisas e que Ele está conosco nestes momentos tão difíceis.
O apóstolo Paulo, quando escreve à igreja em Tessalônica, desafia aquela comunidade – e hoje a todos nós – a não apenas agradecer o que vivemos de bom em nossa vida, mas a sermos gratos por tudo. E, quando dizemos “tudo”, devemos incluir as coisas que nos desagradam. Eis aí o grande desafio: agradecer a Deus inclusive pelas lutas que passamos.
O que o apóstolo propõe não é um masoquismo religioso, pelo qual deveríamos agradecer, por exemplo, por estarmos enfermos, por perdermos alguém ou por ficarmos desempregados; o ato de agradecer a Deus pelas coisas desagradáveis deve ser no sentido de que, “apesar delas”, cremos que Deus está conosco, cuidando das nossas vidas e no controle de todas as circunstâncias. Precisamos buscar o entendimento de que não precisamos agradecer pelas situações ruins em si, mas podemos ter um coração grato em toda situação.
Ou seja, agradecemos a Deus por saber que Ele está sempre ao nosso lado: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo” (Sl 23:4a); agradecemos a Ele porque compreendemos que todas as situações que passamos, boas ou ruins, são para a nossa edificação: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8:28a).
Do amigo e pastor,
Tiago Valentin