O dia mais marcante da nossa caminhada de fé é, sem dúvida, aquele em que tomamos consciência do que Cristo fez por nós na cruz, nos arrependemos dos nossos pecados e confessamos Jesus Cristo como nosso único e suficiente salvador, entregando nossas vidas a Ele. Para nós, metodistas, esse momento, a que chamamos de experiência com Deus, é imprescindível, muito embora não exista nenhum padrão ou modelo preestabelecido, pois se trata de uma experiência pessoal com Cristo. E é bom que seja assim. Entendemos que todas as pessoas devem ter sua experiência ou suas experiências pessoais com Cristo à sua maneira.
Mas a caminhada não para por aí. A Bíblia e também a doutrina metodista compreendem que a entrega da nossa vida a Deus é essencial e é o primeiro passo na direção de Cristo. Contudo, há um segundo passo tão importante quanto o primeiro: a integração. Depois de entregarmos nossa vida a Deus, temos de nos integrar à Sua obra e Reino. Entregar a vida sem buscar integração não passa de uma experiência emocional. Inegavelmente, entender o plano da salvação é emocionante, mas toda essa emoção e alegria precisam se converter em compromisso com a Missão de Deus.
Quando Jesus curou a sogra de Pedro, ela imediatamente passou a servi-Lo (Mt 8:14–15); ou seja, assim que ela teve uma experiência com Deus, que, neste caso, não lhe deu apenas uma nova vida espiritual, mas também a cura de uma doença, ela não ficou questionando alguns dias ou semanas se deveria fazer alguma coisa ou se estava habilitada para servir a Jesus. Ela simplesmente passou a servi-Lo, assumindo um compromisso com o Mestre.
Muitas vezes não é assim que nos portamos diante de Deus. Entregamos nossa vida a Ele, mas relutamos em nos comprometer com Ele. Acontece que tal postura é incompatível com a vida de quem quer seguir a Jesus, pois, quando Ele nos chama, o serviço, o engajamento e a integração são inerentes a esse chamamento. Um bom exemplo disso é o convite aos pescadores. Pedro, André, Tiago e João foram chamados para continuar trabalhando, mas, a partir do momento em que decidissem seguir o Mestre, o trabalho seria outro; não pescariam mais peixes, e sim homens (Mt 4:18–22).
Todos e todas são chamados ao serviço e a se comprometerem com a obra de Deus, a qual ocorre também na igreja. Aquele(a) que já entregou sua vida a Deus deve, o mais rápido possível, descobrir seu dom e colocá-lo em prática em alguma área da igreja. Quando isso não acontece, a pessoa pode se sentir excluída ou desvalorizada, entre outras consequências. Mas o que acontece de fato é que, enquanto essa pessoa não se desprender nem se dispor a envolver-se e integrar-se trabalhando na obra de Deus, certamente não se sentirá fazendo parte do corpo. Vale aqui um esclarecimento importante: para trabalhar na igreja, não é necessário ser membro dela, mas apenas saber a quem está servindo e por quê.
Estamos vivendo um tempo muito propício em nossa comunidade. Nos últimos meses, temos enfatizado a busca do avivamento do Espírito Santo, e é Ele quem nos capacita para servir.
De uma forma geral, as pessoas estão cada vez mais evitando assumir compromissos; querem sentir-se livres, ainda que essa sensação seja falsa, e por isso evitam ter compromisso, por exemplo, com a esposa, com o chefe ou com os pais. Cada um quer fazer o que quiser, na hora que quiser. Mas quem entregou sua vida a Jesus permite com alegria que Ele a conduza. E o desejo de Cristo é usar você em Sua obra.
Dê esse passo de fé!
Do amigo e pastor
Tiago Valentin