Páscoa é sinal de vida! Quando rememoramos e celebramos essa data, trazemos à nossa lembrança o projeto de salvação estabelecido por Deus, o qual alcançou o seu ápice na ressurreição de Seu Filho. Talvez para nós hoje seja muito mais fácil fazer essa síntese. Afinal, temos uma visão privilegiada do todo, pois sabemos o começo, o meio e o “fim” da história. Ou seja, sabemos qual é a origem do pecado, a promessa da reconciliação personificada no Messias, a vinda do Messias e Seu sacrifício e redenção. Sabemos também todas as consequências que o ministério de Jesus gerou e continua gerando na vida daqueles que creem em Seu nome.
Digo que é um privilégio porque aqueles(as) que estavam envolvidos no processo – que caminhavam com Jesus – ao saberem de Sua morte não enterraram somente o corpo de Jesus, mas, com ele, todos os seus sonhos, projetos e esperanças de uma vida melhor, de uma vida abundante, assim como o Mestre profetizava. Nós temos a certeza da ressurreição, primeiro, por conhecermos o registro bíblico; segundo, porque escolhemos crer nela. Mas, para aqueles que ainda não tinham indícios de que as palavras do Mestre haviam se concretizado, Sua morte representava o fim de um sonho sonhado por muitas e muitas gerações.
No diálogo dos caminhantes de Emaús, essa desesperança fica evidente. Ao relatar para aquele terceiro companheiro de caminhada os fatos que ocorreram em Jerusalém, eles deixaram claro no teor da conversa o descontentamento e a decepção que inundavam seus corações: “Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam” (Lc. 24:21).
Mas, quando Jesus começou a lembrar aos caminhantes as palavras proferidas tempos atrás pelos profetas e especialmente pelo simbolismo do partir do pão, “seus olhos se abriram” e eles puderam constatar que aquele era Jesus ressurreto, o qual também ressurgia em seus corações, que arderam de esperança por uma nova vida, um novo Reino, que voltava a ser possível, a ser real.
Que possamos nesta Páscoa ressuscitar as promessas de Deus para nossas vidas, famílias e igreja, ainda que elas tenham ficado pelo caminho ou até morrido. Se Deus foi capaz de ressuscitar Seu filho, assim como havia prometido, Ele também é capaz de fazer reviver em nossas memórias e corações os sonhos que Ele sonhou para nós.
Que, juntamente com a pedra do sepulcro, a pedra que está sobre nossos sonhos possa ser removida para que mais uma vez o amor de Deus prove que triunfou sobre a morte. Feliz Páscoa! Feliz ressurreição!
Com carinho e estima pastoral,
Pr. Tiago Valentin