Tenho sérias reclamações a fazer do apóstolo Paulo. Definitivamente, ele não é bom exemplo para os milhões de novos crentes que estão frequentando as igrejas hoje.
Não fica bem para um apóstolo sair por aí dizendo que foi “preso, açoitado, apedrejado, sofreu naufrágio, passou fome, sede, frio e nudez” (2 Co 11:23–27). Parece coisa de gente que está debaixo de “maldição”.
Outra coisa: como pode um enviado do Senhor confessar que esteve na cidade pregando “em fraqueza, temor e grande tremor” (1 Co 2:3)? O que o povo de hoje vai dizer? Como vão acreditar num “evangelho de poder”, se o próprio líder se mostra fraco e temeroso?
Lá em Corinto, ele se fez “gentio para com os gentios, judeu para com os judeus, e fraco para com os fracos, na esperança de salvar alguns” (1 Co 9:22). Tanto esforço para somente “salvar alguns”? Isso é falta de fé. Hoje, um servo de Deus profetizaria que toda aquela cidade seria do Senhor Jesus.
Onde se viu mandar o jovem Timóteo “tomar um pouco de vinho por causa de seu estômago e de suas frequentes enfermidades” (1 Tm 5:23)? Não ficaria melhor para um homem de Deus “orar pela cura” que receitar remédio?
E o que ele fez com Trófimo, outro cooperador do evangelho? “Quanto a Trófimo, deixei‑o doente em Mileto” (2 Tm 4:20). Isso lá é papel de um apóstolo, deixar seu discípulo doente? Conheço gente hoje que oraria e determinaria sua cura imediatamente.
Tudo bem que Paulo aprendeu a “viver contente em toda e qualquer situação”
(Fp 4:11), e para ele não importava muito “ter abundância ou escassez” (Fp 4:12). Mas isso era lá com ele. Será que ele não aprendeu a “liberar bênçãos” sobre a vida do povo e a ensinar nossa gente a reivindicar sempre o melhor?
Mas deixei por último a pior reclamação: foi um despropósito ele dizer aos pagãos atenienses que “o Deus que fez o mundo não habita em santuários feitos por mãos humanas” (At 17:24). Habita, sim, e o seu endereço atual é na Avenida Celso Garcia, em São Paulo, um templo construído com o melhor material vindo de todas as partes do mundo. E quem desejar poderá visitá-lo!
Bem, até aqui falei como “louco”. Mas agora mostrarei o seu legado de ensino e amor pela Igreja e pelo Reino de Deus.
Paulo considerou como “lixo” todas as efêmeras glórias humanas para conquistar o maior tesouro que alguém pode possuir: Cristo (Fp 3:8).
Mesmo sendo pobre, enriqueceu a muitos, e “de ninguém cobiçou prata, nem ouro, nem vestes” (At 20:33).
Gloriava-se nas próprias fraquezas, sabendo que o poder pertencia a Deus
(2 Co 12:10).
Não viveu para agradar a si mesmo, nem a homens, mas para agradar a Aquele que lhe concedeu o sentido de uma nova existência (Gl 1:10).
Seu aparente fracasso mostrou que os seus olhos estavam postos não nesta vida, mas no alvo, no prêmio maior de todos, que estava sendo preparado para ele (Cl 3:14).
O corajoso apóstolo nos ensinou que todas as coisas que ele possuía eram nada diante da sublimidade de ter a Cristo (Fp 3:7).
Esse homem, verdadeiramente, combateu o bom combate, completou sua carreira e guardou a fé (2 Tm 4:7). E, ao fazer isso, ensinou-nos a todos que não existe maior privilégio para um ser humano do que viver e morrer em obediência e submissão a Deus, nosso Aba Pai.
O resto é religiosidade frívola e vazia.
Pr. Daniel Rocha,
da Igreja Metodista Central em Santo André (SP)
Olá Pr. Daniel, saúde e bênçãos!
Hoje, fiz uma “live” e utilizei seu sermão de 2017 como inspiração;
Respeitamos os “Direitos Autorais” segundo as normas legais;
Há muitos anos buscava seu sermão nas segundas-feiras para meditação, eles sempre me fizeram bem, louvado seja Deus!
Numa busca no Facebook em meu nome encontrará, para acesso durante 30 dias seguidos…