Hoje celebramos a Ceia do Senhor, um dia muito especial, quando comemoramos nossa fé, renovamos nossa aliança com o Senhor e festejamos a vida!
Os efeitos da cruz e da ressurreição são múltiplos para o nosso viver. Podemos elencar aqui alguns desses efeitos: o perdão, a reconciliação, o cumprimento da promessa e, com grande destaque, a vida eterna. Ao orientar e confortar os discípulos, na passagem registrada em João 10, Jesus afirma que veio ao mundo para que tivéssemos vida, e vida em abundância (Jo 10:10). Vale ressaltar que Jesus se refere a duas categorias de vida. Para Ele, existem “vida” e “vida abundante”.
Jesus está dizendo que há duas formas de viver: com ou sem abundância. Portanto, viver em abundância não faz referência a uma vida após a morte ou a um estado de vida espiritual. A vida abundante é para ser desfrutada e literalmente vivida aqui e agora. As pessoas podem estar vivas e usufruir de suas vidas, mas, se não viverem na perspectiva da salvação e da ação direta de Deus, tais vidas serão sempre deficitárias, incompletas e escassas.
Só há uma possibilidade de viver de maneira verdadeiramente abundante, que é com Jesus Cristo. O que possibilita essa vida abundante é a graça de Deus, manifestada pelo sacrifício de Seu Filho.
Quando Jesus nos propõe uma vida abundante, Ele não se refere necessariamente à abundância material, ainda que esse aspecto também possa ser contemplado. Ele se refere, sobretudo, a uma vida que se nutre da fonte da verdadeira vida, que é o Senhor. Essa grande fonte de vida, que tem sua origem na pessoa de Deus, jamais acaba, fluindo cada vez mais abundante na direção de Seus filhos e filhas.
Essa abundância nos transforma de dentro para fora, levando-nos a um padrão de vida que não se compara a nada que tenhamos desfrutado. A forma de vida que temos em Jesus Cristo não consiste apenas em sua duração ilimitada – a vida eterna –, mas num novo modo de viver a vida que Deus nos deu.
Quando celebramos a Ceia, essa vida abundante, gerada e sustentada por Deus, se renova, se fortalece, se restabelece. A vida de Cristo, ou seja, seu sangue e sua carne, nos alimentam, transformando-se em energia espiritual, emocional e física.
Diante das lutas e desafios do cotidiano, podemos, por meio da vida de Cristo, viver de maneira abundante, não sentido falta de nada, assim como declarou o salmista: “O Senhor é o meu pastor e, por isso, não sinto falta de nada”. O Senhor supre nossas carências e passamos a viver de maneira agradecida, sonhando e desejando as coisas de Deus, as quais, quando alcançadas, recebem o devido valor.
Desse modo, a vida será sempre abundante. Não devemos nos contentar em sobreviver, pois qualquer vida sem Cristo não passa de sobrevivência. Já a vida que Ele nos proporciona é plena, eterna, real e abundante.
Na graça e na vida do Senhor,
Rev. Tiago Valentin