“Vós sois a nossa carta… conhecida e lida por todos os homens… escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente” (2Co 3.2)
Q ue história de vida você está escrevendo? O que as pessoas estão lendo ao compartilhar de sua amizade? Quais são suas opções dentro daquela liberdade última que Deus lhe concedeu?
A grande questão não é se você tem Jesus como seu Salvador, mas o que você fez de sua vida depois disso. A questão não é se você sabe os livros da bíblia de cor ou se conhece o catecismo de sua igreja, mas o que você tem feito de sua existência cotidiana.
Há coisas absolutamente irrelevantes que tem dominado a mente de muito crente. Dentro da perspectiva do Reino pouco importa se você é gospel, se fala em línguas, se foi na Marcha, se é líder de células, se está na “visão”, se é um levita, gedozista, gadita ou gideão… Tudo isso não quer dizer nada, e só mostra a que ponto chegou o infantilismo da fé. Na verdade, o que realmente importa é aquilo que temos escrito através de nossas vidas. Nós somos as nossas opções.
Os filhos do Reino vivem de opções que honram ao seu Senhor. Quando Zaqueu se converte, ele não fica só no sentimento “gostoso” de ter Cristo em sua casa, mas resolve, decide, põe em prática a fé que estava abraçando: “se porventura defraudei alguém, restituo quatro vezes mais”. Uma nova forma de vida iniciava-se ali. Ao endemoninhado geraseno Jesus o impede de segui-lo para envia-lo de volta aos seus – ele tinha esposa e filhos. Havia uma história a ser escrita por ele em Decápolis, e mostrar àquela cidade o que Deus fizera em sua vida.
Possivelmente neste mundo milhares de pessoas nunca terão a oportunidade de ler a bíblia, mas talvez justamente por isso, Deus nos colocou em meio a elas, para que sejamos cartas vivas, onde eles poderão ler a história que Cristo está escrevendo em nós. Não quero ser uma carta pesarosa, chorosa, ingrata, maldizente…O mundo não agüenta mais crentes cujas vidas são escolhas pela doença, pela neurose, pela soberba…
É tudo escolha. Todos os dias somos confrontados por situações e tentações que irão provar nossa fidelidade. Ninguém é vencedor por antecipação, ninguém pode dizer que já venceu a tentação sem uma luta diária. Não podemos afirmar qual será nossa escolha amanhã. O convertido recebe uma iluminação do Espírito Santo, e cabe a ele fazer suas escolhas. Não precisa lembrar o dia de sua conversão, mas lembre-se de converter suas ações todos os dias.
Sou eu que decido se vou agredir alguém ou perdoa-lo, se guardo a mágoa até que ela se transforme em raiz de amargura, ou se decido colocá-la para fora do meu ser, se respondo à altura ou exerço misericórdia para quem me ofendeu. Até mesmo o sofrimento pode ser uma forma de escolha para encarar a vida.
Diariamente somos levados a tomar decisões: aceito ficar amargurado? Vou ajudar o meu irmão? Responderei rispidamente ou falarei com mansidão? Mostrarei as garras para quem ousar se interpor no meu caminho? Olharei o mundo na perspectiva de um gato acuado onde todos são inimigos potenciais?
Como diz Drummond:
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor pode ser inevitável, mas o sofrimento é opcional.
Que escolhas você fez hoje? Continuou na “rabugice”, na tristeza fabricada em sua mente, no eterno “joguinho” do qual você é sempre vítima das circunstâncias? Ou você levantou e pôs os pés no chão disposto a não se render aos vícios da alma, para experimentar o sol entrando e iluminando sua vida?
Faça do restante de sua existência, os melhores anos de sua vida.
Pr. Daniel Rocha