“Testar, testar e testar!” Essa é possivelmente a expressão mais repetida pelos líderes da Organização Mundial da Saúde (OMS). A intensão é fazer um alerta e uma recomendação incisiva para que os países que estão enfrentando a pandemia da covid-19 apliquem os testes para diagnosticar massivamente aqueles que estão contaminados pelo vírus. De acordo com algumas experiências positivas pelo mundo, a adoção da testagem massiva tem de fato se mostrado um importante recurso para deter o avanço da pandemia. Entretanto, algumas pessoas, erroneamente no meu ponto de vista, criticam essa insistência da OMS na testagem massiva, dizendo que “só” testar não vai resolver o problema.
Alguns dias atrás, passei por uma experiência semelhante. Temos incentivado e insistido com todos que um dos nossos principais recursos para nos fortalecermos emocional e espiritualmente a fim de enfrentarmos todo o caos que estamos vivenciando é a oração. Por isso, temos dito às pessoas: “Precisamos orar, orar e orar!”. Para minha surpresa, um pastor fez o seguinte questionamento: “Mas vocês vão só orar?”.
Primeiramente, não estamos dizendo apenas para as pessoas orarem, mas também para seguirem todas as recomendações relativas à prevenção do contágio pelo coronavírus e, mais do que isso, desafiamos todos a socorrer aqueles que estão passando por necessidades e lutas. Em segundo lugar, orar nunca é “só orar”; a prática da oração e seus efeitos são, em muitos casos, o melhor recurso que temos e, talvez, em algumas situações, o único recurso restante.
Segundo o pastor estadunidense Richard Foster, autor do livro Celebração da Disciplina, “a oração nos arremessa à fronteira da vida espiritual. É pesquisa original em território inexplorado. A meditação nos introduz na vida interior; o jejum é um recurso concomitante, mas a disciplina da oração é que nos leva à obra mais profunda e mais elevada do espírito humano. A oração verdadeira cria e transforma a vida”. Isso quer dizer que a base, o fundamento da nossa vida cristã não existe sem a oração. Orar é mudar – primeiro, a nossa própria realidade e, depois, a realidade que está à nossa volta –, pois “a oração traz à existência as coisas que não existiam”.
Martinho Lutero uma vez declarou: “Tenho tanto o que fazer que não posso prosseguir sem passar três horas diariamente em oração”. Em outras palavras, ele quis expressar que a oração era o suporte e o direcionamento para todas as atividades de sua vida. Jesus, anteriormente a Lutero, também conhecia essa premissa. Ele sabia que, sem uma vida de oração, não poderia prosseguir com os planos que o próprio Pai traçara para Ele (leia Mc 1:12–13 e Mc 1:35–39). Quando Jesus orava, Ele se fortalecia e conhecia da parte do Pai a Sua vontade, recebia do Pai a unção, obtinha do Pai a coragem para fazer o que era necessário ser feito. Portanto, um dos benefícios da oração é mudar a nós mesmos; o outro é o de conhecer a vontade de Deus para nossas vidas.
A oração também nos aproxima da intimidade com Deus, aumentando assim a nossa fé. A oração gera cura! A cura interior e a cura do mundo. Por isso, precisamos aprender a ser ousados na oração, conhecer a força da oração. Para isso, precisamos orar mais.
Hoje é o Dia das Mães. Talvez você não tenha condições de presentear sua mãe e possivelmente nem poderá encontrá-la neste domingo, mas uma coisa você pode fazer: orar por ela, agradecer a Deus por ela lhe ter dado a vida, interceder para que ela seja protegida pelo Senhor e, principalmente, clamar para que você possa abraçá-la o mais breve possível.
Que tudo isso e muito mais sejam frutos de uma vida de oração!
Do amigo e pastor,
Tiago Valentin