“Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?” (Mt. 6.25–26)
A ansiedade é a antítese da convicção. A pessoa ansiosa é aquela que tem dúvidas sobre o que há de vir. Podemos dizer que um indivíduo ansioso é alguém que está com sua fé abalada, pois “a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem” (Hb. 11.1).
Comoção aflitiva do espírito que receia que uma coisa suceda ou não, a chamada ansiedade faz parte da vida das mais diferentes pessoas, nos mais diferentes contextos. O receio ou dúvida sobre o que vai acontecer na vida profissional, com o futuro dos filhos ou com seu próprio futuro toma as pessoas de ansiedade. E isso não é privilégio de ricos ou pobres, velhos ou novos, crentes ou descrentes. Nós, seres humanos, somos inseguros por natureza. Queremos que as coisas e até as pessoas estejam sob nosso domínio, para termos um sentimento, ainda que falso, de controle sobre a vida.
No Sermão da Montanha, em Mateus, Jesus afirma a seus discípulos que eles não deveriam ficar ansiosos por nada que estivesse por vir, basicamente porque quem cuida de nós, em todos os detalhes, é Deus. Ainda que saibamos que servimos a Jeová Jiré (Deus Provedor), nossa natureza limitada e pecaminosa faz de nós seres ansiosos e consequentemente descrentes. A falta de fé acomete a todos(as), inclusive importantes personagens bíblicos, como Davi, Pedro e Maria Madalena. Há situações enfrentadas por nós que nos levam a duvidar se terão uma solução. Isso é natural, é humano. O que não podemos permitir é que a ansiedade nos consuma a ponto de anular nossa fé.
João Wesley, fundador do metodismo, dizia que, quando não tinha fé, orava pedindo a Deus que a concedesse. Podemos até ficar ansiosos por alguns momentos e, às vezes, nossa fé pode ficar abalada. Mas, quando isso ocorrer, temos de fazer aquilo que Jeremias nos propõe: “Trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lm. 3.21). Lembrar de tudo o que Deus já fez em nós e por meio de nós não soluciona magicamente nossos problemas, mas acalma o coração, alimenta a esperança e nos dá as condições necessárias para rompermos em fé.
Que Deus nos ajude a controlarmos nossas ansiedades e a termos fé em sua misericórdia, providência e amor.
Com carinho e estima pastoral,
Pr. Tiago Valentin