O sacrifício de Cristo na cruz do Calvário trouxe para todos que creem no amor de Deus muitas consequências e benefícios, entre os quais o perdão dos pecados, a salvação, a vida eterna e a convicção de que nada pode nos separar do amor de Deus. Além disso tudo, por meio de Cristo passamos a ser um só povo, uma só família, irmãos de sangue.
Comumente, os cristãos, em particular nós, evangélicos, nos chamamos de “irmãos” e “irmãs”, mas talvez esse termo tenha perdido seu valor e profundo significado, quem sabe pelo uso inadequado ou simplesmente pela falta de compreensão de sua relevância. Quando morreu na cruz e ressuscitou ao terceiro dia, Jesus desfez toda a separação que existia entre Deus e a Sua criação. Assim, Deus se tornou não só nosso Criador, mas nosso Pai.
Por isso, quando nos referimos a uma pessoa da igreja chamando‑a de irmão ou irmã, não é porque esquecemos seu nome e, pra não passar vergonha, o(a) chamamos assim e pronto. Tampouco devemos usar a expressão “irmão” de maneira jocosa e prepotente, como alguns por aí fazem para sinalizar algum tipo de superioridade. Quando chamamos alguém de irmão “fulano de tal”, estamos dizendo algo muito sério e com muita profundidade teológica. Ao chamá-lo(a) desse modo, estamos dizendo com isso que reconhecemos e aceitamos o sacrifício que Cristo fez por nós de modo que pudéssemos deixar de ser homens e mulheres destituídos, órfãos e condenados à nossa própria sorte para passarmos a ser filhos e filhas de um Deus de graça e bondade, tornando-nos assim irmãos de uma única família de fé.
Damos muito valor a quem é do nosso sangue. Ficamos chateados e tristes quando algo de ruim acontece com alguém de quem gostamos, mas, quando é alguém do nosso sangue, da nossa família, algo diferente acontece dentro de nós. Nosso senso de justiça é aguçado e defendemos com todo afinco quem está passando por alguma dificuldade.
A obra de Cristo é tão tremenda que nossa irmandade não se dá apenas por “consideração”, mas tornamo-nos de fato irmãos de sangue, somos uma única família. Quando compartilhamos do sangue de Cristo, ao tomarmos a Ceia do Senhor, nós nos tornamos um com Ele. Deus é nosso Pai e Jesus é nosso irmão mais velho. Somos todos filhos de um único Pai e corre em nossas veias o sangue d’Aquele que nos tornou irmãos de sangue.
Em maio, celebramos o Mês da Família, um tempo para valorizarmos nossos entes queridos, orarmos mais por eles, investirmos nos relacionamentos, buscarmos reconciliação e, acima de tudo, expressarmos o amor do nosso Pai.
Creio que nossa grande conquista é termos nos tornado uma família consanguínea na fé. E a grande alegria desta família é ser também e acima de tudo uma família de fé.
Que possamos ser irmãos de sangue e de fé, unidos por um só Deus, uma só fé e um só Espírito, que age em todos e por meio de todos.
Do irmão em Cristo,
Pr. Tiago Valentin