A gente se acostuma fácil com situações que poderíamos mudar, mas porque nos acostumamos, não fazemos nada para melhorar.
Acostumamos a comer mal, a dormir mal, a viver mal, a respirar ar poluído, a enfrentar filas intermináveis…
Alguns se acostumam a ir à igreja só porque é domingo. Não há uma espera ansiosa, nem expectativa de que algo grandioso pode acontecer… simplesmente se acostumou.
Outros se acostumam a “não ir” à igreja. Sempre surge alguma festa, um passeio, uma visita, ou alguma coisa a fazer de última hora.
Com o tempo a gente se acostuma a dizer sempre as mesmas coisas, a ser sempre do mesmo jeito, e até mesmo apresentar com orgulho os defeitos, para logo dizer: “eu sou assim mesmo”… A gente se acostuma a ficar quieto diante dos erros e da injustiça, afinal “o mundo é injusto”, e continuamos a viver como se fosse normal tudo o que acontece.
Acostumamos até com o pecado em nossa vida, que à princípio tanto incomodava, mas agora ele é quase de “estimação”, não vivemos sem ele.
A gente se acostuma com os resmungos, com as palavras secas, e logo o “normal” é falar assim.
A gente se acostuma que nos conduzam, que nos digam o que é “certo” e o que é “errado”, e logo já não sabemos mais o que queremos ou o que somos, ou do que gostamos…
A gente se acostuma a criticar tudo e todos, e logo já não sabemos mais elogiar ou cumprimentar alguém pelo sucesso ou pelas vitórias obtidas.
Já nos acostumamos tanto com o espetáculo das estrelas no firmamento, que quando aparece um “cometinha” no céu, que mal dá para enxergar, ficamos acordados até alta madrugada só para ver. Ao acostumarmo-nos com as maravilhas da natureza logo já não somos capazes de ver mais beleza em nada.
Acostumamo-nos tanto com o “Pai Nosso”, que ele sai da nossa boca rápido e ligeiro como uma “reza”.
Acostumamos até com o SENHOR, que fez Isaías tremer, que fez Daniel ficar pálido como cera, que fez João do Apocalipse cair como morto, Ezequiel se prostrar temeroso, Saulo cair do cavalo e ficar cego três dias… Mas nós já nos acostumamos tanto com Sua Presença, que nem sempre usamos de reverência, nem de temor, nem de profunda adoração, nem ficamos em silêncio diante de Sua Majestade, e disparamos a falar e pedir, e às vezes até ordenamos o que o Senhor deve fazer… Tudo porque nos acostumamos.
Pr. Daniel Rocha