Sem exageros ou preconceitos baratos vamos falar um pouco sobre vestimentas. As roupas que usamos e nos mostramos ao mundo fala um pouco de nós, revela nossos gostos, tendências, extravagâncias, se somos conservadores como nossos pais ou “rebeldes” de uma nova geração. E muito mais que isso: a moda em geral, o corte de cabelo, o uso de piercing e tatuagens passam uma “mensagem”. São símbolos que apontam para “alguma coisa”, seja ela boa ou má.
Vestir-se não é apenas cobrir o corpo, mas é também dizer de que “tribo” nós somos. Os góticos e os darkes são inconfundíveis. Os metaleiros, os punks e os wiccas são facilmente reconhecidos. Quando alguém chega a um hospital com camisa clerical mostra de forma clara que se trata de um padre ou pastor (nesses dias eu entrei em UTIs sem apresentar a minha identidade pastoral: a minha roupa já falava um pouco de mim).
É inegável que as tribos urbanas estão passando sua mensagem pelas vestiduras. Por que seríamos nós propagandistas inocentes de filosofias muitas vezes frontalmente contrárias à nossa fé e freqüentemente afazendo apologias à violência, ao vício, à livre sexualidade, ao esoterismo? Por que haveríamos de fazer propaganda de grupos de rock, de formas esotéricas de viver, onde Deus e Jesus Cristo são banalizados? Devemos ver nas camisetas apenas uma questão de gosto? Não sejamos inocentes – obviamente há uma mensagem que “querem” que você passe.
Recentemente entrei numa loja para ver camisetas para o meu filho. Peguei nas mãos algumas com estampa grotesca, com motivos ligados a um conhecido grupo de rock… Eram bonitas, mas seria correto comprá-las para que um adolescente passe uma mensagem que não corresponde àquilo que creio?
Não vejo com olhos tão simples a moda e as vestimentas. Há gente muito bem paga para pensar o que os inocentes vão usar. Creio que ser cristão também é ter a sagacidade da serpente para perceber as armadilhas da ideologia.
Como cristãos devemos ter um senso crítico aliado com bom senso e coerência para observar que tipo de mensagem estou passando, e até mesmo se ela não é contraditória àquilo que afirmo crer. Os comunicadores sabem muito bem que 90% da mensagem que passamos é visual.
Longe de mim qualquer pretensão legalista ou “proibir” alguém de andar na moda. Mas quero chamar a atenção para essas mensagens contraditórias que muito crente tem passado. Se é pra fazer propaganda, faça com motivos do bem, da paz, da preservação da natureza, da sua fé, do respeito às pessoas…
Como cristãos devemos estar atentos a toda forma de alienação e das imposições dessa instituição chamada “moda”, pois aquilo que você acaba usando pode não ser fruto de sua opção, mas de sua alienação.
Pr. Daniel Rocha