Imagine um país numa profunda crise social, operários e mineiros trabalhando 16 horas por dia por um salário de fome. Imagine milhares de crianças em idade escolar, trabalhando e morrendo de chagas e frio.
Imagine, por outro lado, uma casta de nobres a quem se outorgou o poder sobre os meios de produção e sobre seres humanos e, acima de todos esses, o poder de conceder ou privar todos os seres viventes dos meios de subsistência – direito único do rei.
Nesse contexto foi que surgiu o Movimento Metodista. Deu-se na Inglaterra, no começo do século XVIII, quando um grupo de estudantes da Universidade de Oxford, sob a liderança dos irmãos e professores John e Charles Wesley, passou a reunir-se para o cultivo da piedade cristã, por meio da leitura da Bíblia, da prática da oração, do jejum e da visita a presos e enfermos. John Wesley iniciou o metodismo com o intuito de fortalecer e renovar o espírito cristão daqueles que comungavam a religião oficial (anglicana). Esse grupo, conhecido inicialmente como Clube Santo, marcou sua identidade pelo método: dias fixos para praticar o jejum, hora certa para a leitura da Bíblia e oração, dia de visitar os presos etc. Por causa dessa organização, esse grupo foi apelidado de “metodistas”, ou seja, aqueles que têm método.
Profundamente comprometido com os fundamentos da fé cristã, John Wesley dedicou todos os dias de sua vida aos estudos da Bíblia, relacionando-os à sua própria experiência com Cristo. Por isso, sua teologia é uma experiência com Deus, antes de um “entendimento” deste. Para ele, o amor e a misericórdia são inseparáveis do viver santo. John Wesley decidiu fazer a diferença em seu tempo, e a melhor forma que encontrou para isso foi buscar intensamente ser coerente, vivenciando tudo o que pregava.
Nesta semana, lembramos uma data muito importante: a chamada “Experiência do Coração Aquecido”. John Wesley registrou em seu diário, na data de 24 de maio de 1738, a experiência religiosa de ter seu coração estranhamente aquecido, ou seja, uma experiência intensa e determinante com o Espírito Santo. A partir dessa vivência pessoal, John Wesley adotou uma nova postura diante da fé que pregava, assumindo o compromisso com Deus e consigo mesmo de que sua vida seria relevante além dos limites da religiosidade do seu tempo.
Fica o convite a todos nós para que, nesta semana, possamos refletir o quanto nossa vida tem sido um diferencial para as outras pessoas, para a nossa comunidade e para a sociedade na qual estamos inseridos. A caminhada de fé com Jesus é propositiva, ou seja, ninguém é chamado por Ele para ser apenas mais um. O desafio é colocarmos nossas vidas à disposição do Senhor, para que Ele nos use a fim de manifestar sua graça e seu amor da forma mais concreta possível.
Decida fazer a diferença, numa esfera micro ou macro da sua vida, permitindo que o Espírito Santo o(a) encha de poder, unção e inspiração, a fim de que sua vida ganhe um propósito além do que você imagina: o propósito que Deus tem para ela.
Do amigo e pastor,
Rev. Tiago Valentin