“Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia. Depois de ser batizada, ela e toda a sua casa, nos rogou, dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa e aí ficai. E nos constrangeu a isso” (Atos 16:14–15).
Diz o ditado que “em coração de mãe sempre cabe mais um”. Por essa razão, a expressão “coração de mãe” é muitas vezes usada para substantivar lugares, coisas e até pessoas que têm a capacidade de acolher além de suas limitações. E assim brincávamos, por exemplo, com o fusca, quando dizíamos que ele era igual a coração de mãe: sempre cabia mais um.
A maternidade está associada a muitas qualidades e atributos, mas o mais singular deles talvez seja o acolhimento. Apenas às mães foram dadas as condições necessárias para acolher uma vida em seu ventre. Todos nós já fomos um dia acolhidos, aconchegados e protegidos dentro dessa fortaleza chamada mãe.
Mas por que a expressão se refere a coração de mãe, e não a ventre de mãe? Talvez porque o coração seja um órgão comum a todos os seres humanos, daí podermos dizer que existem pais com coração de mãe, tias, avós, amigos com coração de mãe. Todos quantos vivenciam a prática do acolhimento exercem, de certa maneira, a maternidade.
É o que vemos no relato bíblico de Atos, quando Paulo e sua caravana missionária chegam a Filipos. Lá, o apóstolo se dirige a um rio, lugar muitas vezes escolhido pelos judeus para fazer suas orações, e inicia então a evangelização. Entre aqueles que ali estavam, havia uma mãe: Lídia. O texto não nos fala se ela tinha filhos ou filhas, mas isso não é o mais importante para podermos afirmar que ela era mãe. Sua atitude é que nos revela sua maternidade. “Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa e aí ficai”, disse Lídia, fazendo questão de acolher os missionários em seu lar.
Lucas, o autor do texto, ressalta que o coração de Lídia se abriu para as palavras da boa nova do evangelho. Ao abrir seu coração de mãe, ela recebeu não só a salvação como também aqueles que a anunciavam, homens certamente exaustos pelas longas viagens, carentes do conforto e do carinho que só encontramos no colo da mãe. Paulo, Lucas e os demais se sentiram constrangidos com tamanho afeto materno demonstrado por Lídia e resolveram entrar no coração daquela mãe.
Assim como Lídia, a vida nos presenteia com mães com um coração tão grande que é capaz de acolher a todos quantos queiram receber seu carinho, atenção e amor. Neste dia tão especial, em que louvamos a Deus pela vida das mamães, devemos agradecer a Ele pela mãe que nos abrigou por nove meses em seu ventre, bem como a todos e todas que, inspirados por suas mães ou por outras mães, nos acolhem em seus corações, nos momentos de luta e dúvidas.
Obrigado à minha mãe e a todas as mães por nos acolherem em seus corações. Deus seja louvado por suas vidas! Feliz Dia das Mães!
Do amigo e pastor,
Tiago Valentin