“Não rejeitarás um coração quebrantado e contrito” (Salmos 51:17).
Davi é um dos personagens bíblicos mais conhecidos e aclamados da Palavra de Deus. Depois de Jesus e do apóstolo Paulo, é um dos mais citados. Sua coragem, sua liderança, seu reinado, suas estratégias militares e suas grandes conquistas fizeram dele grande entre os homens e reconhecido como tal. Contudo, ao citarmos Davi, muitas vezes nos esquecemos de falar de seu lado poeta, de sua alma de adorador e da alegria que tinha ao tomar “um chá da tarde” ao lado de Deus.
Uma de suas maiores virtudes diante de Deus era o derramar do seu coração. Deus atentou ao profeta Samuel a respeito disso quando este foi até Jessé escolher um novo rei para ser ungido. Deus falou assim para Samuel: “O Senhor não vê as coisas como o ser humano as vê; as pessoas julgam pela aparência exterior, mas o Senhor olha para o coração” (1 Sm 16:7).
Segundo meu entendimento o “coração poeta” de Davi arrebatava o amor de Deus por ele. Poetas têm a capacidade de enxergar com outro olhar, de expressar o cotidiano de forma leve, de transformar as lágrimas e a dor em palavras que enchem a alma e a podem consolar.
Deus visitava Adão todas as tardes, na viração do dia, para tomar um chá (ou café, se você preferir) e, nessa celebração da vida, ouvia de Adão seus sentimentos e celebrava com ele a vida. Por conseguinte, Adão recebia de Deus a Sua amizade, o Seu amor e a Sua companhia. Ah! Davi sabia disso e, mesmo sendo forte e guerreiro, entendeu que a presença de Deus estava na música, no vento, na natureza, na humildade, num coração sincero e íntegro para com Ele. Por isso, Davi cantava, poetizava, chorava, sorria e celebrava com Deus Seu amor e amizade.
Davi, mesmo sendo falho e pecador, agradou a Deus e por Ele foi muitíssimo amado. Em alguns de seus salmos, pode-se sentir o suspirar de Davi pela presença e afago de Deus. “Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele o ajudará” (Sl 37:5.
Na poesia, Davi adorava; na poesia, Davi reclamava; na poesia, Davi confiava; na poesia, Davi chorava… E a “Poesia” se fez carne e habitou entre nós! Cada salmo é um cântico de almas entregues ao Criador, porções dadas em momentos de intimidade, em saraus da vida, em chás da tarde, em momentos de gozo ou de tristeza. E essa é a maior alegria divina: fazer parte de cada parte do que somos, de cada choro que choramos, e nos acolher da forma como estamos e somos.
O que a Poesia espera de nós? Que a desejemos e que a busquemos! Na vida, em nós, no sol, no céu, no canto, no pranto, no riso, na alegria, na dor, no amor.
E a Poesia se fez Amor! E felizes são os que continuam poetizando para Deus, com Deus e em Deus. E a Poesia se fez Vida e continua entre nós!
Encerro com esta frase do escritor e filósofo francês Albert Camus: “Só conheço uma obrigação: a de amar”.
Laura Costa Valentin, pastora
A paz
Linda e inspiradora poesia
Parabéns e que Deus autor de toda poesia abençoe sempre suas preciosas vidas.