O texto de 1 João 4:18 lembra-nos de que “o perfeito amor lança fora o medo”. Embora escrito muito tempo depois do nascimento de Jesus, o texto de João ecoa nas palavras do anjo a José: “Não tenhas medo”. Gabriel disse a mesma coisa a Maria e, nessas histórias, nós encontramos a verdade também para a nossa vida. O perfeito amor de Deus nasceu e, embora esse fato não tenha livrado o mundo da tristeza, nós confiamos que sua chegada tenha envolvido a tristeza do mundo no amor, lançando fora nosso medo e curando nossa alma.
Quando pensamos na expressão máxima do amor de Deus, somos logo remetidos ao sacrifício e à ressurreição de Cristo. Deus amou tanto o mundo que foi capaz de dar Seu Filho unigênito para resgatá-lo. A grande expressão do amor de Deus se dá na figura do Seu Filho. Jesus é enviado para provar o amor de Deus por todo o mundo, o que Ele foi capaz de fazer com Sua própria vida e com Seu sacrifício. O Pai enviou Seu único filho, Seu bem mais precioso, para provar Seu amor. Mas, para que haja morte, é preciso primeiro existir vida; ou seja, não tem Páscoa sem Natal!
Diferentemente do amor vivido por nós, seres humanos, o amor de Deus é altruísta, radical e irreversível. Ele nos ama sem esperar absolutamente nada em troca. E esse amor não faz acepção de pessoas; todos(as) são amados(as) indistintamente com a mesma intensidade. E não há nada que possamos fazer para merecer ou mudar esse amor. Deus sempre nos amou e sempre nos amará; a nós só nos cabe responder afirmativamente ao gracioso amor de Deus e, principalmente, permitir que esse amor transborde em nossa vida de tal maneira que tudo o que pensarmos, fizermos ou falarmos transmita esse sentimento.
O mundo está carente de amor, mas não daquele descartável e volúvel que é apresentado e vendido nas telenovelas ou nos filmes hollywoodianos. O mundo precisa é de um amor que verdadeiramente dê sentido à existência das pessoas e mostre a cada uma o valor que o Criador dá à sua vida. Não há nada de errado em querer sentir-se amado por outra pessoa. Contudo, o mais importante amor que temos de sentir todos os dias é o que vem do coração de Deus.
O que vemos no ministério de Jesus é que Ele usava muito mais tempo buscando viver a doutrina do que simplesmente pregando ou catequizando Seus discípulos. Na verdade, a encarnação do Cristo é a intenção concreta de Deus de cumprir Sua promessa de que o Messias viria para libertar Seu povo. Ou seja, as muitas palavras proféticas transformaram-se numa atitude, num ato concreto: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1:14).
Natal é tempo de vivermos e expressarmos intensamente esse amor, dentro e fora das quatro paredes do templo, com atitudes que às vezes nos parecem pequenas, mas podem significar bastante para quem não recebe um abraço ou um beijo há muito tempo.
“Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”. (1 Jo. 4:20). Não espere o Natal para viver o amor, pois quem sabe seja esse o tempo de Deus para curar sua alma e renovar dentro de você o Seu amor.
No amor de Cristo,
Rev. Tiago Valentin